Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
FALCÃO, Paula Priscilla Houly Lopes |
Orientador(a): |
SANTOS, Maria de Fátima de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49601
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Resumo: |
A pandemia do Covid19 ocasionou impactos e mudanças em todas as esferas da sociedade, incluindo o trabalho. Diante das quarentenas no país, a alternativa de muitas empresas foi implementar o home office. Considerando os impactos dessa modalidade de trabalho, incorporada na vida dos trabalhadores, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar as representações sociais construídas sobre o trabalho em home office e autonomia no contexto da pandemia do Covid19. Como aporte teórico, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais. Foi usado um questionário de Associação Livre de Palavras com 96 participantes e 10 entrevistas semiestruturadas. Os dados do questionário foram analisados com o software Iramuteq, por meio de análises prototípicas e classificação hierárquica descendente, e as entrevistas foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que as representações sociais sobre trabalho aparecem de forma central relacionadas à responsabilidade e à realização, não como opostos, mas como um ciclo que se retroalimenta pela necessidade do trabalho, realização profissional, pessoal, imbuído do sentimento de que ao trabalhar, cumprirá sua missão para o outro. Os sentidos sobre o trabalho na pandemia apontaram para as mudanças e a necessidade de, mesmo em meio ao adoecimento e os receios do vírus, precisar continuar trabalhando; demonstraram também sentimentos de incerteza, adaptação, cansaço, insegurança e ansiedade, desafios enfrentados na condição de trabalhar na pandemia. Apesar disso, ficou evidenciada a gratidão por continuar trabalhando, diante da crise. Trabalhar em home office representou flexibilidade, responsabilidade e disciplina. Identificou- se uma dialética entre conforto e cansaço ocasionadas pelas vantagens em trabalhar em casa e ao mesmo tempo vivenciar dificuldades com a realização do trabalho, com os afazeres domésticos, os cuidados com os filhos, experiências que exigiram do trabalhador mais disciplina, adaptação, responsabilidade e concentração. Tais fatores foram influenciados também pela autonomia dada aos trabalhadores, que foi percebida como liberdade e responsabilidade, denotando que não há uma autonomia absoluta. A autonomia apareceu para os trabalhadores com um tom mais positivo e supervalorizado, embora seja vantajosa ao empregador como mais uma forma de controle e obtenção de bons resultados. Diante de incertezas sobre o futuro, há uma tendência dos sujeitos em pensar que o período pós-pandemia trará para novo estilo de vida e trabalho, com um futuro mais híbrido. As mudanças apontam para um momento de transição, uma realidade em processo de mudança, porém em construção. Ressalta-se as necessidades de atenção à qualidade de vida do trabalhador, garantindo uma maior distância entre o trabalho e as outras esferas da vida social. O estudo enfatiza a importância da análise do contexto social na constituição das estruturas das representações sociais dos objetos analisados, ao evidenciar que diante do panorama vivenciado pela pandemia e com o home office, novos elementos estão sendo apropriados pelos indivíduos acerca do trabalho, já que os sentidos atribuídos não são descolados do contexto global da sociedade, nem tampouco do contexto mais imediato, mas reflete toda a dinâmica social em que vivem. |