Avaliação do impacto da pandemia da covid 19 no diagnóstico e tratamento do câncer de boca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: HOLANDA, Laís Azevedo Lins de
Orientador(a): CASTRO, Jurema Freire Lisboa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Odontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52223
Resumo: Devido ao surto da Coronavirus disease-19 (COVID-19), milhões de pessoas no mundo foram infectadas, provocando aumento nas internações hospitalares e óbitos decorrentes das complicações desta doença. Nesse período, mudanças foram enfrentadas no sistema público de saúde, para evitar o contágio e propagação da COVID-19, dentre elas, a diminuição das consultas ambulatoriais e adiamentos das cirurgias, provocando atrasos no início do tratamento oncológico. Apesar da pandemia, está previsto na Lei Federal 12.732/2012 que o início do tratamento do câncer deve ser alcançado em um período de até 60 dias. Contudo, os impactos causados pela pandemia podem ter sido sentidos de forma diferente em cada serviço e ter influenciado de maneira distinta o diagnóstico e tratamento dos pacientes com câncer de boca. O presente estudo teve como objetivo, avaliar o impacto da pandemia da COVID-19, no diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer de boca, admitidos no Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) e no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC). Trata-se de um estudo de base de dados utilizando os prontuários de pacientes diagnosticados com câncer de boca e admitidos nos períodos de janeiro de 2019 a dezembro de 2020. Cento e sessenta e sete pacientes foram incluídos, sendo 86 diagnosticados com câncer de boca antes da pandemia e 81 durante a pandemia. A língua foi o local mais acometido (28%), o Carcinoma de Células Escamosas foi o tipo histopatológico mais diagnosticado (85%) e os estadiamentos mais avançados foram mais frequentes (IV-54,6% e III-21,2%). Estatisticamente não houve diferenças significativas com as variáveis analisadas a respeito do diagnóstico e tratamento antes e durante a pandemia. Contudo, observou- se que 27,4% (P=0,460) dos pacientes diagnosticados no período da pandemia demoraram mais de 12 meses para procurarem um atendimento especializado e 79,6% (P=0,368) desses pacientes iniciaram o tratamento posteriormente aos 60 dias, sendo a cirurgia, a modalidade terapêutica mais comumente instituída durante a pandemia. Dessa forma, conclui-se que a COVID-19 não provocou um impacto significativo no diagnóstico e tratamento dos pacientes com câncer de boca atendidos no HUOC e HCP, visto que já eram observados atrasos no diagnóstico e tratamento desses pacientes antes da pandemia.