Pessoas trans na escola : experiências e resistências no contexto do agreste pernambucano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTANA, Antônio Alves de
Orientador(a): SILVA, Everaldo Fernandes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37790
Resumo: Na contemporaneidade tanto no Brasil como em diversos países, especialmente nos últimos anos, temos notado uma crescente atenção acerca das questões de gênero e sexualidade potencializadas pela visibilidade conquistada pela incessante influência, luta e resistência dos movimentos sociais, especialmente, os movimentos sociais de feministas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais (LGBT). Nesta perspectiva o espaço escolar é um ambiente visto como fundamental para a formação plena de uma cidadania, preparando-o para o trabalho, a vida em sociedade e a cidadania. Para muitas pessoas trans, a escola ainda é um sonho. Diante de intensas violações dos direitos humanos em relação a populações, sobretudo, à população trans, cujas violações de direitos, por meio de diferentes instituições, vão demarcando esses corpos, distinguindo-os e os categorizando em suas identidades e subjetividades e impondolhes limites à sua própria existência. Diante destas questões pretendemos responder ao seguinte problema: Quais as estratégias e permanências de pessoas trans no ensino médio na escola pública? Nesse sentido, nosso objetivo geral é: Compreender quais as estratégias de resistências de pessoas trans no ensino médio da escola pública no contexto do agreste pernambucano. Para tanto, elencamos como objetivos específicos: 1) Identificar pessoas trans matriculadas no ensino médio da rede estadual em Caruaru, mediante os dados fornecidos pelas referidas unidades, acompanhados das narrativas dos referidos sujeitos; 2) Identificar a presença ou ausência de propostas pedagógicas de enfrentamento da transfobia por parte das escolas pesquisadas; 3) Conhecer os saberes que emergem das experiências de pessoas transexuais que contribuem para o enfrentamento da transfobia na escola; 4) Caracterizar as estratégias de resistências das pessoas trans nas escolas em termos de afirmação cidadã e de continuidade da formação escolar. Para alcançar esses objetivos optamos por utilizar teóricos/as que discutem gênero, sexualidade, identidade e transfeminismo numas perspectiva pós-estruturalista: Bento (2014); Peres (2015); Louro (2001); Foucault (2013); Butler (2001); Miskolci (2016); Silva (2014); Scott (1999); Freire (1997); Sacristán (1990). Nossa pesquisa filiou-se à abordagem metodológica qualitativa, com a aplicação de entrevistas semiestruturadas com estudantes transgêneros da rede Estadual de Ensino em Caruaru. Servimo-nos também da observação participante dos espaços escolares, resultando nos registros do diário de campo. Outrossim, utilizamos uma pesquisa documental, em especial, os marcos legais e os PPPs. Para a análise dos dados, servimo-nos da análise de conteúdo, com recorte temático, de Laurence Bardin (2011). Os resultados obtidos apontam a presença/ausência de uma política de formação em rede para atender às demandas da população trans, não obstante, a persistência dos relatos de experiências de transfobia escolar. Ademais, os saberes construídos por esses sujeitos transgêneros caracterizam-se em saberes cidadãos a partir dos marcos legais e dos movimentos sociais. Em relação às estratégias de resistências, adquiriram destaques: as vivências de atividades curriculares numa perspectiva transemancipatória, a articulação de grupos internos na escola e as formas de persistência da inserção e manutenção dos nomes sociais e da utilização dos banheiros.