Identidade negra e (des)igualdade racial nos discursos sobre a política de cotas na UFPE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SOUZA, João Vinícius Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/21135
Resumo: Este trabalho tem por objetivo investigar os discursos de docentes e estudantes universitários sobre a política de cotas na UFPE buscando, assim, reconhecer de que modo esses discursos foram articulados nos processos de resistência e defesa da efetivação de uma política de cotas raciais nessa universidade, até a implantação da Lei 12.711/2012 e, também, analisar de que modo esses discursos se apresentam no contexto atual e atuam na forma como docentes e estudantes lidam com a realidade das cotas dentro da instituição, sendo esse, portanto, o foco dessa pesquisa. Para isso, se empregou uma análise descritiva, enriquecida pela utilização de alguns conceitos da Análise do Discurso Francesa e da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe posto que as mesmas trabalham com a compreensão de que há uma indissociabilidade entre discurso e realidade social, posto que a discursividade é a forma de constituição da própria realidade. Este trabalho fundamentou-se, assim, na Teoria Política do Discurso de Laclau e Mouffe (2015). Conclui-se que a implantação da política de cotas raciais na UFPE somente foi possível a partir da obrigatoriedade estabelecida a partir da Lei Cotas, devido aos fortes processos de resistência às ações afirmativas e as cotas raciais existentes no interior da própria universidade. Desse modo, o modelo de implantação das cotas na UFPE restringe a política somente à obrigatoriedade da reserva de vagas estabelecida por lei, não contando com qualquer forma de acompanhamento, apoio aos estudantes cotistas ou mesmo avaliação da política. A ausência de debate e de comprometimento institucional da UFPE com as políticas de ação afirmativa favorecem que o debate sobre o tema seja feito de forma desinformada, superficial e estereotipada, assim como dificulta fortemente o reconhecimento e a afirmação positiva da identidade dos sujeitos cotistas.