Avaliação de danos genômicos em Caranguejo-Uçá (Ucides cordatus) expostos a sedimentos contaminados por hidrocarbonetos policíclicos aromáticos no Estuário do Rio Potengi (Natal/RN)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CABRAL, Carolina Barbosa
Orientador(a): ZANARDI-LAMARDO, Eliete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25655
Resumo: Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são compostos orgânicos prioritários em estudos ambientais devido a sua toxicidade para os sistemas biológicos. Estes são conhecidos precursores de efeitos carcinogênicos e mutagênicos para animais e humanos. O estuário do Rio Potengi/Jundiaí é o mais importante do Rio Grande do Norte e, além de sevir como berçário para diversos organismos, este abriga o Porto de Natal, terminal pesqueiro, indústrias, etc., cujas atividades podem estar ameaçando a saúde deste ecossistema. Visando investigar danos genômicos em caranguejo e associar a contaminação do sedimento por HPAs no estuário do Rio Potengi - Natal (RN), foram coletados caranguejos-uçá (Ucides cordatus) e sedimentos da sua loca em 4 diferentes estações ao longo do estuário. A contaminação dos sedimentos por HPA foi avaliada em paralelo aos efeitos genotóxicos nestes caranguejos. As concentrações de HPAs foram determinadas através do método de cromatografia gasosa acoplado a um espectrômetro de massas, e as alterações genéticas foram avaliadas pelo teste de micronúcleo (macrolesões) e ensaio cometa (microlesões). As concentrações dos HPAs totais variaram de 3,25 ng g⁻¹ a 1065 ng g⁻¹, sendo uma estação classificada como pouco contaminada, e as demais como moderadamente contaminadas. Alguns compostos apresentaram concentrações acima do nível limiar de efeito adotado pela Agência Ambiental do Canadá, sugerindo que ocasionalmente podem causar efeitos tóxicos aos organismos locais. A frequência de micronúcleos nos Caranguejos-Uçá foi significativamente maior que no controle (U. cordatus coletados na Estação Ecológica da Juréia), e correlacionaram positivamente com os HPAs, sugerindo que estes sejam potenciais agentes causadores desta genotoxicidade. Os resultados do ensaio cometa não apresentaram correlação com os HPAs e nem com a frequência de micronúcleos, sugerindo que outras variáveis ambientais e/ou compostos lançados no ambiente sejam os principais responsáveis pelas microlesões observadas. Este estudo mostra que a poluição crônica por HPAs no estuário do Rio Potengi/Jundiaí está contribuindo com danos genômicos nos U. cordatus, podendo ameaçar a conservação destes organismos, que já estão na lista de espécies sobreexplotadas ou ameçadas de sobreexplotação. A abordagem utilizada neste trabalho foi eficaz na avaliação da saúde do caranguejo-Uçá, porém estudos complementares utilizando outras classes de contaminantes e outros tipos de medidas biológicas são necessárias.