Ensaios em economia internacional: produtividade, intensidade dos fatores e abertura comercial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: CASAGRANDE, Dieison Lenon
Orientador(a): HIDALGO, Álvaro Barrantes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Economia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31730
Resumo: Esta tese é composta por dois artigos que analisam empiricamente duas diferentes questões relacionadas à literatura de Economia Internacional. O primeiro capítulo, com base na teoria de firmas heterogêneas, uma vasta literatura tem argumentado que a participação no mercado internacional leva a mudanças de desempenho e a ganhos de eficiência ao nível de firmas. Este artigo utiliza microdados ao nível de firmas da indústria de transformação do Brasil (período de 2007-2014), para investigar o impacto de iniciar a exportar sobre a trajetória da produtividade e intensidade dos fatores ao nível de firmas. A estratégia empírica, via Diferenças em Diferenças e técnicas de matching, explora o fato de que as firmas entram em momentos distintos para o mercado externo, gerando uma variação no período e na intensidade da permanência. Os resultados apresentam evidências de efeitos de learning e aproveitamento das vantagens comparativas, de modo que as firmas que iniciam a exportar têm um imediato crescimento da produtividade, cerca de 5%, e uma redução instantânea na intensidade de capital (2.3%), em relação ao período pré-entrada, comparado às firmas não exportadoras do grupo de comparação. A permanência na atividade intensifica os efeitos, de modo que, após quatro períodos, o crescimento (redução) da produtividade (intensidade de capital) é, de aproximadamente, 12% (15%). Dentre as fontes de heterogeneidades investigadas, a magnitude do efeito varia em dimensões como tamanho, intensidade tecnológica e níveis pré-entrada de produtividade e intensidade de capital. No segundo capítulo, o objetivo é analisar os efeitos de um choque econômico local sobre o comportamento da fertilidade, explorando uma mudança na política de comércio que aumentou a exposição das economias locais à competição externa de forma distinta, via a sua estrutura industrial e a composição do mercado de trabalho local. A estratégia empírica explora um choque exógeno na demanda de trabalho local, gerado pela liberalização comercial do Brasil nos anos 90. Os resultados encontrados mostram que, choques adversos às oportunidades de emprego regionais, provenientes do aumento à exposição à competição internacional, ocasionaram um aumento na taxa de fertilidade, mensurada pelo número de nascimentos por mil mulheres a nível de municípios. A especificação na forma reduzida mostra que, ao deslocar uma região r do percentil 10 para o percentil 90 da distribuição da mudança de tarifas, o efeito é equivalente a um aumento 3.8% na taxa de fertilidade. Ainda, mostra-se que o corte de tarifas durante o processo de abertura comercial deteriorou as condições do mercado de trabalho (taxa de emprego), fornecendo evidências robustas das condições do mercado de trabalho como um mecanismo de transmissão do aumento da competição internacional sobre a fertilidade.