Resposta da macrofauna bêntica estuarina ao estresse induzido por tapetes de alga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: VALENÇA, Ana Paula Maria Cavalcanti
Orientador(a): SANTOS, Paulo Jorge Parreira dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17376
Resumo: A presente tese avaliou os possíveis impactos gerados pelos tapetes de alga na macrofauna estuarina. Em uma planície estuarina lamosa, situada no Complexo Estuarino do Canal de Santa Cruz, litoral norte de Pernambuco, foi registrada a ocorrência de tapetes de algas filamentosas em diferentes períodos (Setembro-2012, Setembro a Dezembro-2013 e Maio a Junho-2014). Através de estudos observacionais e manipulativos in situ foram testados: (I) o efeito do tapete algal na biogeoquímica sedimentar e na fauna, considerando a presença da alga e o seu estágio fisiológico; (II) a recolonização e a recuperação da macrofauna em sedimentos com remoção algal considerando os efeitos da compactação sedimentar gerada pelo tapete e do tamanho da área algal removida; a existência de efeitos (III) de barreira e (IV) de sazonalidade gerados pelo tapete algal e analisados sob a ótica da recolonização inicial. O estágio fisiológico da alga foi importante para a biogeoquímica sedimentar, enquanto que a presença do tapete algal se caracterizou como uma importante fonte de distúrbio para a fauna bêntica. A recolonização pela macrofauna nos sedimentos com remoção algal ocorreu de forma discreta e dependente da compactação sedimentar e do tamanho da área removida apenas para os parâmetros univariados. Além disso, não foi observada a recuperação das áreas experimentais até ao final do estudo (95 dias). A recolonização inicial (30 dias) não foi afetada pela presença do tapete algal circunvizinho às áreas experimentais. Embora tenha sido observado que a sazonalidade influencia no sedimento e na fauna, a análise da comunidade indicou uma tendência à convergência entre os tratamentos de remoção (AR) e sedimento natural (NA) independente da mesma. Além disso, foi observada uma relação entre o regime pluviométrico e o desenvolvimento do tapete algal. As consequências ecológicas do tapete algal, analisadas sob a recolonização a curto (30 dias) e médio prazo (95 dias), mostraram ser pouco previsíveis e extremamente influenciadas pela heterogeneidade ambiental. Além disso, a recuperação da comunidade em uma área afetada pelo desenvolvimento de tapete algal pode não apresentar a sequência sucessional observada em outros experimentos de colonização. Embora os estudos tenham sido conduzidos em um único local (na mesma planície estuarina), os resultados permitem uma melhor compreensão dos efeitos dos tapetes de algas na macrofauna bêntica estuarina.