Educação museal: reflexão sobre semelhanças e contrastes com uma forma escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MELO, Manuela Dias de
Orientador(a): MESQUITA, Rui Gomes de Mattos de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17200
Resumo: O tema da educação está presente como um dos pressupostos na ação dos museus, que não tem como finalidade apenas armazenar e conservar objetos. A partir do século XX, existe um deslocamento da ênfase da Salvaguarda (documentação/conservação) para a Comunicação (expografia/ação-educativa). Assim, os museus passam a exercer uma função educativa. No entanto, até o momento presente, o uso do próprio termo educação museal, ―se mostra como uma necessidade de explicitação daquilo que o diferencia de outros termos utilizados para qualificar o tipo de educação que se faz nos museus‖ (PNEM, 2013). Desse modo, o presente estudo tem como objetivo refletir sobre a construção de conceitos a respeito da educação museal vis-à-vis os elementos constitutivos da forma escolar- fenômeno que caracteriza um processo de escolarização de outros espaços/relações, e provoca um borramento das fronteiras entre educação e escolarização. A invenção da escola, enquanto projeto da modernidade, está relacionado à ideia de um acesso seguro ao saber, que se refere a uma tentativa de tornar as ações e os sujeitos mais disciplinados. Com a experiência moderna de ciência e educação, o ato de imaginar não é entendido como a capacidade de construir novas relações entre objetos, valores, palavras e imagens, a imaginação é deslocada da função de produzir conhecimento (JESUS, 2014). Para Paul Ricoeur a imaginação é um meio para a abertura de novos modelos explicativos, tem um papel ontológico. Assim, o conhecimento não é fundado apenas em critérios dotados de razão, mas também de imaginação. Uma das intenções da pesquisa é pensar em que medida a configuração de um campo conceitual sobre educação museal está relacionado com a forma escolar, e como essa modalidade educativa pode contribuir com um processo de construção do conhecimento, que valorize mais a imaginação. Para Ernesto Laclau, a materialidade do social ganha novos sentidos a partir de diferentes maneiras de produzir discursos. Museus e escolas são importantes dispositivos de manutenção da memória, alvo de muitas demandas e disputas de significações. Ao propor um estudo sobre a dimensão educativa desses espaços, direta ou indiretamente estamos propondo uma reflexão crítica sobre os desafios políticos de analisar a educação no nosso tempo. A pesquisa terá como aporte teórico metodológico aspectos da teoria do discurso de Ernesto Laclau em articulação com o pensamento hermenêutico de Paul Ricoeur.