Associação de compostos fenólicos e antibióticos no crescimento e biofilme de Enterococcus faecalis multidroga resistente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MANTA, Marília Martins
Orientador(a): CORREIA, Maria Tereza dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40062
Resumo: Enterococcus faecalis é uma bactéria Gram-positiva, que faz parte da microbiota normal do sistema digestivo de humanos e animais, mas é oportunista, podendo vir a causar diversas infecções. No geral, o tratamento de infecções causadas por essa espécie é feito por meio de antibióticos, porém, devido ao uso indiscriminado desses medicamentos, foram surgindo linhagens resistentes. Dentre os diversos mecanismos de sobrevivência, há o desenvolvimento de biofilme, que é a formação de uma comunidade complexa e estruturada de micro-organismos envolvidos por uma matriz de polissacarídeos. Sabendo da resistência aos antibióticos, diversos estudos buscam alternativas para o tratamento das infecções. Uma das alternativas é a associação entre antibióticos e compostos fenólicos. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade de formação de biofilme e a presença de genes de virulência em isolados de E. faecalis e analisar a atividade antimicrobiana e antibiofilme da quercetina e rutina em combinação com antibióticos. Foram utilizados 12 isolados clínicos e uma cepa padrão cedida pela coleção do Departamento de Antibióticos (UFPEDA 09). Nestas cepas se avaliou a formação de biofilme em meio BHI, segundo o método Cristal Violeta, e a hidrofobicidade celular. Foi analisada a presença dos genes de virulência esp, gelE e asa1 pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Três isolados MDR e a cepa padrão foram utilizados para o estudo da associação da quercetina e rutina com ciprofloxacina e gentamicina. Avaliou-se a Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos antibióticos e compostos fenólicos e a associação deles no biofilme e crescimento bacteriano. Foi observado que das 13 cepas testadas, 12 formam fortemente biofilme. Além disso, quatro dos isolados possuem o gene gelE e oito possuem esp e asa1, indicando a presença desses genes nas cepas formadoras de biofilme. Não foi encontrado o CIM dos antibióticos nos isolados avaliados até 100µg/mL e da quercetina e rutina até a concentração de 1000µg/mL. Quanto a associação, a quercetina reduziu o crescimento bacteriano em todos os isolados quando em associação com a gentamicina, e em três isolados quando em associação com a ciprofloxacina. A rutina aumentou o crescimento bacteriano em associação com os dois antibióticos. Já a associação na formação do biofilme, a rutina se mostrou mais eficiente, reduzindo a formação de biofilme em três isolados quando em associação com a ciprofloxacina e de dois isolados quando em associação com a gentamicina. Com os resultados, observa-se a presença dos genes de virulência em isolados hospitalares de E. faecalis. Nota-se também que mesmo a quercetina e rutina, quando utilizados sozinhos, não tendo efeito contra E. faecalis, a combinação com os antibióticos testados teve. Sendo assim, a associação da rutina ou quercetina com gentamicina ou ciprofloxacina reduz o crescimento bacteriano e a capacidade de formação de biofilme, se tornando uma boa alternativa para a questão da resistência aos antibióticos.