Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Priscila Marcelino dos Santos |
Orientador(a): |
CORREIA, Maria Tereza dos Santos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16260
|
Resumo: |
O câncer de próstata (CaP) é um dos tipos de tumor maligno mais incidente na população mundial, sendo também uma das principais causas de mortalidade por câncer. Geralmente ocorre em homens idosos e não é percebido em seus estágios iniciais. Para detectar o câncer de próstata, é de grande importância a avaliação pela dosagem sérica do antígeno específico da próstata (PSA), considerado o marcador tumoral da próstata. Porém, alterações nos níveis séricos do PSA são observadas também em doenças benignas da próstata, reduzindo a sensibilidade e especificidade do teste para se obter o diagnóstico. Uma peculiaridade do câncer que pode ser relevante no diagnóstico é a alteração no padrão de glicosilação de glicoproteínas secretadas e de superfície celular. A identificação de mudanças na expressão de glicanos permite a detecção precoce de vários tipos de câncer, inclusive o câncer de próstata. As lectinas são ferramentas empregadas para detectar tais alterações, graças à propriedade de reconhecer carboidratos com especificidade. Uma grande novidade no campo de estudos com lectinas é o desenvolvimento de pequenos dispositivos conhecidos como biossensores eletroquímicos baseados em lectinas para análise do perfil de glicoproteínas em processos fisiopatológicos. Esses dipositivos são elaborados utilizando eletrodos geralmente modificados com polímeros e nanomateriais, onde a lectina pode ser imobilizada e sua interação com o carboidrato quantificada com elevada sensibilidade e em tempo real. Neste trabalho foi realizado um estudo bioeletroquímico da lectina de Cratylia mollis (CramoLL) para caracterizar o padrão de glicosilação em soros de indivíduos saudáveis, com hiperplasia benigna da próstata (HBP) e CaP, utilizando biossensor eletroquímico baseado em CramoLL, imobilizada sobre eletrodo de carbono vítreo modificado com o polímero catiônico poli-Llisina (PLL) e nanotubos de carbono (NTC). Análises eletroquímicas e ópticas mostraram a formação de um filme de PLL e NTC na superfície eletródica, onde os NTC proporcionaram um aumento na área sensora de 71,2%, e nos valores de corrente anódica e catódica, e aumentaram a estabilidade da superfície, graça às propriedades físico-químicas dessas nanoestruturas. Foram investigadas as concentrações ótimas de PLL e NTC. CramoLL foi imobilizada com sucesso, numa concentração ótima de 200 μg mL-1. A interação entre CramoLL e metil-α-D-manopiranose (MeαMan)/ fetuína foi confirmada utilizando a técnica de voltametria de onda quadrada, mostrando que a lectina manteve sua atividade biológica após imobilização. Foram obtidas curvas de calibração para diferentes concentrações dos glicanos, com faixa linear de 0,96 e 38,4 μg mL-1 de MeαMan (r= 0,982, p < 0,001) e limite de detecção (LD) de 0,04 μg mL-1e de 0,5 a 25 μg mL-1 de fetuína (r= 0,994, p< 0,001) e LD = 0,05 μg mL-1. O biossensor baseado em CramoLL foi exposto à amostras de soro de indivíduos sadios (controle), com HBP e CaP com escores de Gleason 6, 7 e 9 para analisar a interação entre CramoLL e glicoproteínas dos soros de cada grupo. Os sinais de correntes obtidos por voltametria de onda quadrada mostraram diferenças significativas entre o grupo controle e os grupos HBP, CaP escore 6 e 7; entre HBP e CaP escore 6; entre CaP escore 6 e os grupos CaP escore 7 e 9 e entre CaP escore 7 e CaP 9. O potencial de reconhecimento da lectina permitiu identificar alterações de glicosilação associadas ao câncer de próstata e distinguir das amostras não cancerosas e entre os diferentes escores de CaP. Esses resultados sugerem a possibilidade de aplicação em estudos futuros envolvendo caracterização de glicosilação em câncer. |