Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Igor Frederick Cabral Ferreira da |
Orientador(a): |
BRITO, Yvana Carla Fechine de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3176
|
Resumo: |
Esta pesquisa propõe-se a investigar de que formas os discursos sobre o Coque, uma comunidade de 12.000 habitantes localizada no espaço central do Recife e historicamente estigmatizada nos veículos de comunicação tradicionais, circulam na web. O estudo toma como ponto de partida e referência a atuação da Rede Coque Vive, que reúne um conjunto de atores sociais (universidade, associação comunitárias, coletivos jovens) empenhado, entre outras coisas, em transformar as representações midiáticas do bairro dentro e fora da comunidade. Assumindo como pressuposto o princípio da livre circulação de discursos nos meios digitais, que os alçou à condição de contraponto à hegemonia das mídias tradicionais, investigamos de que maneira os enunciados produzidos nesse ambiente são também determinados pelos processos sociodiscursivos das grandes mídias, verificando se reproduzem as mesmas abordagens dadas a espaços populares, como o Coque, ou se, de fato, produzem outras representações. A partir do recorte de três posicionamentos discursivos (da comunidade, da Rede Coque Vive e da grande mídia), ancorados em lugares de fala distintos, e observando de que maneira eles interagem e se diferenciam dentro dos ambientes do Orkut e do Youtube, verificamos entre os posicionamentos discursivos da comunidade e da grande mídia um alto grau de continuidade temática (resumida especificamente nos temas da violência, da erotização, e das celebridades), ainda que com uma valoração distinta (e por vezes até inversa). Por sua vez, os temas propostos pela Rede Coque Vive (como o pertencimento comunitário e a disputa pela terra) apresentam dificuldade de circulação. A observação dessas continuidades nos leva a inferir que a mera disponibilidade de acesso não implica a apropriação das mídias digitais. Esse estudo de caso também nos permite afirmar que a superação das lacunas de participação advindas das desigualdades de acesso (que dizem respeito às experiências, habilidades e conhecimentos prévios necessários ao uso competente) só se dá a partir do engajamento em relações que permitam expandir a capacidade de expressão, o entendimento do mundo (saber se inserir nas práticas sociais) e uma melhor compreensão dos processos de regulação das mídias (práticas discursivas). É a partir daí que advogamos a necessidade de vinculação desses sujeitos na rede virtual (web) a redes sociais concretas, capazes de estimular a ação coletiva, o envolvimento comunitário e o pensamento crítico |