O desenvolvimento do processo de comunicação dos significados matemáticos em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Vieira Costa, Eveline
Orientador(a): Rogério de Lemos Meira, Luciano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8316
Resumo: Partindo do princípio de que cada um de nós possui um lugar de onde provêem nossas perspectivas sobre algo, este trabalho analisa as trocas discursivas entre um sistema dinâmico constituído pela relação professor-aluno. Nele consideramos os múltiplos aspectos ou elementos que influem uns sobre os outros ao longo do tempo irreversível nesta relação em particular. Desta forma os elementos não se mantêm constantes, mas mudam à medida que interagem no discurso. A concepção de linguagem que adotamos requer a sua compreensão como ação e não meramente como instrumento de representação da realidade. Desta forma este trabalho concebe o discurso como ato cognitivo, na medida em que analisa a atribuição de sentidos distintos aos significados, no caso, matemáticos, consagrados pela comunidade científica. Assim desfazemos a dicotomia cognição e comunicação na análise empreendida. Tal análise é realizada tendo por base o método micro-analítico, cujo critério adotado é o acordo e desacordo entre os participantes de um diálogo em sala de aula sobre os significados matemáticos. O diálogo gravado em vídeo pôde ser caracterizado em episódios com base em diferentes tarefas, ou em uma maneira diferente de enfocar a mesma tarefa em torno de um aspecto da questão focal. Complementarmente, utilizamos o método macro-analítico a fim procedermos a uma análise freqüencial dos acordos e desacordos e a uma análise conceitual, quando enfim, pudemos caracterizar os tipos de episódios. Por fim, verificamos de que modo um tipo de episódio predomina na auto-organização do sistema se constituindo um atrator. Os episódios puderam ser caracterizados em episódios de explicação, problematização e abreviação: O primeiro apresentou uma predominância de acordos, bem como explicações, sobre pontos relativos à questão focal, onde os significados foram estabelecidos. O segundo se caracterizou como aquele em que há um aumento do número de desacordos em relação aos episódios de explicação, bem como uma polaridade de sentidos distintos em torno de aspectos da questão. O terceiro foi caracterizado como aquele em que há um predomínio absoluto de acordos, bem como uma síntese de pontos divergentes anteriormente estabelecidos e trabalhados, tendo este se constituído em um padrão de comunicação considerado um atrator do sistema