Estudo histomorfológico tegumentar e conhecimento popular da rã pimenta (Leptodactylus vastus Lutz, 1930) em um remanescente de Mata Atlântica, Nordeste Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Tulíbia Laurindo
Orientador(a): RODRIGUES, Gilberto Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Morfotecnologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35820
Resumo: A falta de conhecimento sobre a herpetofauna em geral, lendas e mitos que envolvem os anfíbios, pode levar a morte indiscriminada das espécies, causando danos no equilíbrio ambiental. No geral, as rãs são utilizadas como alimento pelas populações rurais e/ou locais. Estudo sobre o conhecimento ecológico de Leptodactylus vastus e sua estrutura tegumentar foi realizada no Refúgio de Vida Silvestre Matas do Sistema Gurjaú, na região metropolitana do Recife, em 2017 e 2018. Entrevistas semiestruturadas, através do método bola de neve, foram realizadas sobre a rã pimenta L. vastus, assim como observaçoes morfológicas do tegumento nas regiões dorsal, lateral e ventral, através de fragmentos do tegumento processados histologicamente. O estudo demonstrou que as comunidades adjacentes à Unidade de Conservação fazem uso dos machos de L. vastus como alimento, mostrando que conhecem aspectos da ecologia do organismo, alimentando-se com precaução ao modo de preparo, evitando contato direto com a pele da rã. As observações histológicas do tegumento dorsal e lateral possuem constituintes da derme e epiderme semelhantes. A epiderme é formada por uma camada de células que variam de três a sete e em sua superfície mais externa uma camada queratinizada. A derme é dividida em dois diferentes extratos, o esponjoso e o compacto. No extrato esponjoso é onde encontramos os melanócitos, responsáveis pela pigmentação característica da jia-pimenta, além de dois tipos diferentes de glândulas (granulosas e mucosas) que possuem ductos secretores, que levam as substâncias produzidas no interior destas para o meio externo do tegumento. O extrato compacto é formado pelo tecido conjuntivo denso. A região ventral mostrou diminuição de melanócitos e ausência de glândulas granulares. Externamente o tegumento dorsalateral de L. vastus é uma estrutura irregular com diversas protuberâncias, com coloração críptica, variando em tons marrons avermelhados, enquanto a região ventral apresenta coloração branco hyalino, com a presença ou ausência de manchas mais escuras, justificando a diminuição de melanócitos nesta região. Estudos adicionais são importantes para elucidar a importância biológica, funcionamento do processo de defesa e veneno desta espécie.