Influência das condições oceanográficas sobre a estrutura da comunidade fitoplanctônica no Atol das Rocas, Atlântico Sul Equatorial, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: JALES, Marina Cavalcanti
Orientador(a): FEITOSA, Fernando Antônio do Nascimento
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16533
Resumo: O conhecimento da composição e distribuição dos produtores primários é fundamental para uma melhor compreensão da dinâmica trófica de regiões oceânicas. A composição do fitoplâncton no Oceano Atlântico Sul ainda está sendo explorada e em algumas regiões esta diversidade nunca foi descrita, como é o caso da Reserva Biológica do Atol das Rocas. O atol situa-se ao sul do equador (3°51’S e 33°49’W), distante 143 milhas náuticas da Cidade de Natal, Estado do Rio Grande do Norte (Brasil). Este estudo teve como principal objetivo caracterizar a estrutura da comunidade fitoplanctônica do entorno e nas piscinas naturais do Atol das Rocas correlacionando com as variáveis ambientais. As amostras foram coletadas no entorno do atol em julho de 2010, utilizando o navio Oceanográfico da Marinha do Brasil, Cruzeiro do Sul. Dois transectos foram estabelecidos de acordo com a corrente superficial, um transecto em direção sudeste (SE) e o outro, em direção noroeste (NO) do atol. Nestes transectos foram determinados três pontos de coleta para cada um. As amostras foram coletadas em diferentes profundidades (superfície e PMC – Profundidade Máxima de Clorofila) e diferentes períodos do dia (dia e noite). Nas piscinas naturais analisadas (Barretinha, Cemitério, Tartarugas, Rocas e Barretão), as coletas ocorreram em períodos climáticos distintos nos anos de 2012 e 2013. Os parâmetros oceanográficos os quais foram empregados para analisar a influência sobre a estrutura do fitoplâncton foram salinidade, temperatura da água, oxigênio dissolvido, teores de nutrientes inorgânicos dissolvidos e clorofila a. Foram realizadas coletas para a análise do microfitoplâncton utilizando rede com malha de 20 μm e densidade fitoplanctônica utilizando garrafa de Niskin. No entorno do atol, a maioria das variáveis ambientais apresentou aumento significativo em função da turbulência no transecto NO. Pode-se observar que houve aumento dos teores de clorofila a e nutrientes, e redução da temperatura e oxigênio na camada de mistura em função da influência da ACAS (Água Central do Atlântico Sul). No transecto NO a comunidade fitoplanctônica correlacionou-se fortemente com os parâmetros salinidade e temperatura, devido a uma instabilidade termohalina decorrente da interação das massas d’água Água Tropical e a Água Central do Atlântico Sul. As amostras apresentaram variação espacial horizontal, com maior participação do filo Ochrophyta próximo ao atol e Dinophyta nos pontos mais distantes, enquanto que na distribuição vertical não houve diferença. Espécies mais abundantes foram Prorocentrum balticum (Lohmann) Loeblich 1970, P. compressum (Bailey) Abéex Dodge 1975 e P. gracile Böhm 1933 e Coccolithus sp.. Já nas piscias naturais, apesar do filo Ochrophyta ter sido o mais evidenciado, as espécies mais representativas encontradas de acordo com a densidade foram Prorocentrum balticum (Lohmann) Loeblich 1970, P. lima (Ehrenberg) F. Stein 1878, Pyrophacus sp. e Ostreopsis ovata Fukuyo 1981. De um modo geral, quatro diferentes filos foram identificados com um total de 195 taxa. No entorno do Atol das Rocas, o aumento de biomassa fitoplanctônica no transecto NO, foi provocado pelo “efeito ilha” e não pela ressurgência. Além disso, as condições oceanográficas influenciaram na distribuição da comunidade fitoplanctônica. Nas piscinas naturais, apesar da composição apresentar diferença espacial, nenhum parâmetro hidrológico foi determinante. No entanto, pode-se observar um padrão sazonal, havendo um aumento quali-quantitativo do fitoplâncton no período chuvoso, no qual, o hidrodinamismo local, proporcionou condições mais favoráveis para o enriquecimento da diversidade, com ênfase nas espécies que compõem a microflora bentônica.