Desaguando “ebós epistemológicos” nos/pelos espaços-ventres : umedecidos pelas águas-grafias nas litera-curas de mulheres negras em diáspora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Camila de Matos
Orientador(a): WALTER, Roland Gerhard Mike
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50217
Resumo: Esta pesquisa dedica-se em desenvolver três categorias analíticas espaços-ventres ventres-psiques e psiques-gestacionais - partindo de princípios afrorreferenciados. Também procurou (re) elaborar o conceito oroboro-mnemônico pensado no mestrado. A partir de conceitos da diáspora negra, literatura, psicanálise e das vivências em terreiros de candomblé foi que esta tese foi assentada. Buscou-se ao longo da escrita criar “ebós epistemológicos” (RUFINO, 2019), com o intuito de despachar o “carrego colonial” (SIMAS, RUFINO, 2019), pensando em contra discursos. Ao longo das elaborações de espaços-ventres, ventres-psiques e psiques-gestacionais foram priorizados poemas de mulheres negras, contemporâneas, como Mel Adún, Lívia Natália, Lubi Prates, Vânia Melo, Neide Almeida, Conceição Evaristo, Ryane Leão, Elizandra Souza, Louise Queiroz, porquanto se acredita que tais poemas podem exercer função teórico-líricas. As investigações e aplicações das epistemologias também tiveram como fundamentação o romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, publicado em 2003.Tentamos discutir aspectos estéticos, ideológicos, culturais e psíquicos, nas obras, tendo como pilar o devir ancestral africano e afrodescendente. Para este fim, autores como Leda Maria Martins, bell hooks, Grada Kilombra, Oyèrónkẹ́ Oyewùmí, Patrícia Hill Collins, Denise Botelho, Carla Akotirene, Aldibênia Machado, Reimey Solange, Critian Sales, Isildinha Nogueira, Eduardo Oliveira, Muniz Sodré, Roland Walter, Davi Nunes, Luiz Antônio Simas e Luiz Rufino etc foram chamados para a ginga. Toda a tese baseia-se em elaborações partindo do conceito da nigeriana Oyèrónkẹ́ Oyewùmí (2017) – em que Oxum é a iyá primordial. Desse modo as construções epistemológicas foram criadas considerando o ventre de Oxum e das iyás ancestres como ventres-psiques, capazes de proporcionar rotas de fuga, de encantamento para a possíveis cura do trauma e, consequentemente, do banzo. Sendo assim, acredita-se que as mulheres negras, na/da/em diáspora, ao escreverem produzem dentro dos espaços-ventres e quando acessam os ventres- psiques, através de suas psiques-gestacionais, cartografam tecnologias ancestrais pelo devir negro, dessa maneira produzem águas-grafias como modos operandi de litera-curas.