Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
GOMES, Graciele Maria Coelho de Andrade |
Orientador(a): |
BARRETO, Raylane Andreza Dias Navarro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54049
|
Resumo: |
Nesta pesquisa doutoral que alia elementos da História das Mulheres, da História das Sensibilidades e da História da Educação, o objeto de pesquisa foram as narrativas de mulheres artistas que experienciaram o autoritarismo do regime civil militar (1964-1985) no estado de Pernambuco. Assim, o objetivo geral desta investigação consiste em analisar a formação e atuação de mulheres artistas que experienciaram o regime civil-militar no estado de Pernambuco e como estas podem reverberar no educar para o “nunca mais. Isto porque, parte- se do pressuposto de que as memórias das mulheres artistas que vivenciaram tal período possuem uma riqueza de representações sobre a luta das mulheres por liberdade e pela garantia de direitos humanos. Neste sentido, a tese defendida é a de que o conhecimento produzido a partir de suas experiências artísticas compõem narrativas testemunhais potentes (memórias) que contribuem para uma atividade educativa contra a barbárie humana que é fruto de um contexto histórico-ideológico marcado pela política do apagamento e do esquecimento. Assim, uma vez que suas subjetividades perpassam tanto a narrativa quanto a sua arte, a contemplação e reflexão sobre os elementos imagéticos sensíveis e simbólicos presentes na memória e na produção artística dessas mulheres é capaz de afetar e produzir marcas na subjetividade das pessoas, sensibilizando-as à uma conduta ética, moral e cidadã democrática que é base do educar para o “nunca mais”. Isto porque o conhecimento produzido a partir da narrativa das suas experiências possui elementos questionadores da realidade e por isso podem construir uma versão histórica que, ao ser publicizada, é capaz de favorecer os processos de sensibilização que fortalecem a cidadania e o sentimento de empatia das pessoas. Um caminho possível, ao se buscar impedir que crianças, jovens e adultos que vivem o presente sejam reféns de uma ignorância que pode lhes colocar novamente diante de uma experiência autoritária. Ancorando-se nos referenciais teóricos da História das Mulheres (DUBY; PERROT, 1991), (PERROT, 1995) e da história Cultural (CHARTIER, 2002), buscou-se evidenciar o protagonismo feminino das mulheres artistas, as reconhecendo enquanto sujeitos históricos. Por vislumbrar a construção de um conhecimento no campo da história da educação que corrobora para o educar para o “nunca mais” (CANDAU, 2013), esta pesquisa também foi condicionada por estudos que privilegiam as sensibilidades e às experiências educativas (PESAVENTO, 2007; LARROSA, 2002). A partir de pesquisa bibliográfica, documental e da Metodologia da História Oral (ALBERTI, 2004), foram pesquisados relatórios da Comissão de Memória e Verdade, prontuários do Dops- PE, reportagens de revistas e jornais da época, e outros materiais presentes em acervo pessoal das artistas, familiares e pessoas do meio cultural de Pernambuco, para além das entrevistas de oito mulheres artistas que estiveram envolvidas em episódios de censura, repressão e autoritarismo de forma direta ou indireta, a partir de seus familiares ou pessoas próximas. O resultado das análises permite entender a memória artística como um instrumento de construção de saberes que favorece a mediação entre os sujeitos que aprendem e se constituem em sociedade. |