As práticas de leitura e escrita: a transição da educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17807 |
Resumo: | A presente pesquisa teve como objetivo acompanhar o percurso de duas turmas de crianças em sua transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, analisando, especificamente, as práticas de leitura e escrita desenvolvidas nestes dois segmentos educacionais. Também foi objetivo da pesquisa conhecer o ponto de vista das crianças em relação a esta transição. No marco teórico, partimos de uma perspectiva histórica do conceito de infância, assim como assumimos o brincar como uma das especificidades desta etapa. No que refere ao trabalho com linguagem escrita, enfatizamos a necessidade de inclusão de práticas de alfabetização e letramento desde a Educação Infantil. Os procedimentos metodológicos envolveram a observação de 10 aulas de duas turmas da Educação Infantil (uma sala de uma escola pública e outra sala de uma escola privada). Também foram conduzidas 10 observações nos dois grupos do Ensino Fundamental para onde seguiram as crianças vindas da Educação Infantil, envolvendo, igualmente, uma sala de escola pública e outra privada. Finalmente, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as professoras dos dois segmentos e com as crianças que participaram dessa trajetória. A análise dos dados evidenciou uma semelhança entre as concepções de aprendizagem de leitura e escrita das professoras dos dois níveis de ensino. Neste sentido, foi observado tanto na Educação Infantil, quanto no Ensino Fundamental, um modo de ensino muito transmissivo, em que as crianças eram pouco estimuladas a pensar sobre a língua e em que as práticas observadas valorizavam a repetição, a acumulação e a memorização de informações passadas pela professora. Evidenciamos ainda, nos dois segmentos, poucos eventos nas quais as crianças eram solicitadas a escrever palavras a partir de suas próprias hipóteses e um baixo investimento nas atividades de produção individual e coletiva de textos, bem como falta de clareza das professoras sobre como conduzir atividades desse tipo. Com base nas observações conduzidas nesta pesquisa, a entrada no Ensino Fundamental para as crianças oriundas da escola pública representou a perda de uma rotina organizada, de uma sala e de uma escola com bom espaço físico e de uma interação muito positiva com a professora. O tempo para as brincadeiras também diminuiu mas, neste caso, o mesmo ocorreu com as crianças que estavam na escola privada. Com relação às impressões das crianças sobre a transição para o Ensino Fundamental, foi destacada a diminuição dos momentos de brincadeiras, bem como a maior quantidade de tarefas escolares, tanto no contexto público, quanto no privado. Ainda segundo elas, as tarefas referentes à escrita eram mais difíceis no Ensino Fundamental e as professoras liam menos livros de história. Esperamos que os pontos evidenciados e discutidos nesta pesquisa contribuam para ampliar nosso conhecimento acerca das práticas pedagógicas que tem tido lugar na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, favorecendo um diálogo necessário entre esses dois segmentos educativos, em especial, no que se refere à aprendizagem da leitura e escrita. |