Educar na periferia de si mesmo: um estudo da noção de formação humana como potência dos pobres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Nunes, Cleiton de Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12835
Resumo: O propósito mais amplo deste trabalho consistiu em problematizar a noção de sujeito da educação a partir da noção de potência, presente no pensamento ético político de Giorgio Agamben, colocando em questão, ao mesmo tempo, os signos de negatividade que cercam a experiência formativa dos sujeitos moradores das periferias. Assim, o caminho que escolhemos para pensar a questão do sujeito da educação passou pela delimitação de uma excêntrica e singular figura de pensamento: o habitante das periferias das nossas cidades ou mais diretamente o pobre, comumente tomado como uma questão, simultaneamente, política, econômica, social e moral e ressignificado, neste trabalho, como uma questão ontológica. Nesse sentido, a dissertação foi construída por meio de uma investigação de natureza teórica e pretendeu, ela mesma, funcionar como uma experiência de pensamento, com vistas a ampliar conceitualmente as possibilidades de refletir a educação como formação humana com e a partir da periferia; interpretando a pobreza como uma condição ontológica e extraindo dessa ideia novos sentidos acerca do sujeito da educação e da sua formação. Nesse sentido, o que propomos foi um deslocamento no trato com a pobreza: do homem pobre, enquanto resultado de uma dinâmica político-social perversa, à pobreza do homem, enquanto traço originário do ser humano. Essa pobreza a que me referi se configura justamente como uma relação do homem com sua potência de ser e de não ser, haja vista que aquilo que um sujeito é não se apresenta como uma natureza fixa e imutável, mas como possibilidade aberta de ser e de não ser. Por outro lado, a potência não se constitui como um atributo seu, mas como uma experiência de ser si mesmo que não se esgota e, portanto, pode levar o homem a ser diferente do que é. A procura por uma formação humana a altura dessa condição de pobreza do homem é a tarefa pedagógica de uma educação que vem.