Argumentação dialógica e indícios de autoria em redações nota mil do ENEM.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Jaime Luiz Bezerra do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Educacao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43328
Resumo: Diversos trabalhos já desenvolvidos acerca da prova de redação desse exame de larga escala indicam um efeito retroativo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na aprendizagem da escrita de alunos do ensino médio, o que justifica a pertinência de investigar que elementos textuais e discursivos são valorizados no seu processo avaliativo. Nesse contexto, fizemos a presente dissertação, que teve como objetivo verificar se a avaliação das redações desse exame de larga escala leva em conta critérios relativos a uma argumentação dialógica e se valoriza aspectos discursivos constitutivos da autoria. Em termos teóricos, recorremos ao conceito de língua como interação de Bakhtin (1997), que, por sua vez, se imbrica à teoria da argumentação dialógica presente em Leitão (2007). E, como esta pesquisa trata centralmente de produção de texto, embasamos nossa análise também nos estudos de Marcuschi (2002) e Possenti (2002; 2013), lançando mão das proposições deste último acerca dos indícios de autoria para averiguar o controle dos redatores sobre os próprios textos. Realizamos uma pesquisa documental e nosso corpus foi constituído por exemplares de redações que receberam nota 1000 – a nota máxima – nas edições do Enem dos anos de 2017, 2018 e 2019. Escolhemos aleatoriamente duas redações de cada edição, publicadas em um documento elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – órgão responsável pela realização do exame –, a fim de verificar a presença ou ausência da tríade argumentativa, que Leitão (2007) apresenta como indicadora de uma argumentação dialógica, composta pelos movimentos argumento / contra-argumento / resposta, bem como os indícios de autoria indicados por Possenti (2002; 2013) nas atitudes de incluir múltiplas vozes no discurso e manter distância do próprio dizer. As análises mostraram que a banca examinadora do Enem, pelo menos nos últimos anos, não tem valorizado a construção da argumentação em uma perspectiva dialógica nas correções. Além disso, os indícios de autoria não são bem descritos nos critérios avaliativos nem têm, na avaliação, o mesmo peso que os elementos estruturais do texto.