Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
VARELA, Karen Meireles |
Orientador(a): |
LYRA, Maria C. D.P. |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19129
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Resumo: |
O desenvolvimento cognitivo na velhice vem sendo um tema bem exploradona psicologia,visto que a população idosa mundial é uma realidade em rápida e progressiva expansão, o que representa um desafio devido às demandas específicas deste novo contingente.Dentro de uma descrição dos efeitos psicológicos presentes na velhice “normal”, o declínio do funcionamento da memória é geralmente colocado em primeiro plano, porém a memória é dificilmente abordada como um processo que se estabelece na interação.Partindo-se dessa premissa, o presente trabalho considera esta função psicológica como um fenômeno que claramente possui aspectos biológicos, mas que também é um fenômeno sócio-cultural (que se estabelece na interação).Este conceito mais amplo e mais complexo de memória exige a consideração dos aspectos sociais da recordação. Assim, as contribuições de dois grandes estudiosos são abordadas neste estudo: Frederic Bartlett e Lev S. Vygotsky. Bartlett explorou o fato de que os fatores e tendências que determinam a recordação estão organizados em esquemas (schema), enfatizando o papel das influências culturais e sociais no desenvolvimento desses esquemas. Vygotsky, em seus estudos a respeito da memória humana, destacoua memória “mediada”.Para este autor, o desenvolvimento da memória, ao longo da vida do ser humano, deve ser analisado em termos das diferentes relações que a pessoa estabelece com os signos, o que produz diferentes formas de memorizar. Dentro deste vasto tema de estudo, um recorte foi feito para se investigar a memória autobiográfica (MA), que engloba inúmeros eventos do nosso passado, estando diretamente relacionada com o reconhecimento de continuidade e de identidade. Segundo Bruner, uma das formas de lembrarmos o passado se dá em termos da narrativa, uma das nossas principais práticas culturais. Dessa forma, narrar um evento autobiográfico junto com outra pessoa que participou deste evento, pode servir como objeto de mediação para superar momentos de incerteza, ambiguidades e/ou lacunas da recordação.Esta pesquisatem um enfoque na recordação das memórias autobiográficas em idosos hígidos ou saudáveis, na presença ou na ausência de um descendente, optando-se, assim, por uma investigação da memória autobiográfica como construções narrativas. O objetivo geral deste estudo foi investigar narrativas autobiográficas de idosos hígidos ou saudáveis, explorando o papel do outro nessa recordação. Trata-se de um estudo empírico comdez pessoas idosas (acima de 60 anos), todas classificadas como saudáveis. Os participantes responderam aum questionário semi-estruturado, cuja finalidade foi traçar o perfil dos idosos. Além disso, relataram narrativas sobre um evento específico importante de suas vidas, que envolvia a presença de um descendente, em duas situações de recordação. As vinte narrativas coletadas foram transcritas e analisadas, levando-se em conta a qualidade e transformações das memórias autobiográficas, referentes ao conteúdo narrativo. Os dados permitiram identificar estratégias de mediação (convenções culturais, imagem visual, atribuição, repetição, gestos e ritmos, sugestão) utilizadas pelo idoso para superar momentos de dificuldades da recordação. Constatou-se que as recordações autobiográficas são reconstruções “esquemáticas”, que podem ser facilitadaspela presença de outra pessoa como objeto de mediação, para superar obstáculos, como momentos de incerteza, ambiguidades e lacunas de esquecimento. |