A cidade no rio : conflitos socioambientais na área estuarina do rio Capibaribe, Pernambuco, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mendonça, Emmanuele Ribeiro de
Orientador(a): Gehlen, Vitória Régia Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10580
Resumo: A presente pesquisa pondera em torno da temática dos conflitos socioambientais. Esses conflitos são explicados por Martinez-Alier (2011) como lutas desempenhadas quando o ônus de determinada atividade danosa ao ambiente é direcionado aos pobres, que protestam e resistem. Nas áreas estuarinas urbanas se processam diversos conflitos socioambientais, dentre eles, estão os que envolvem o acesso e uso da água. Estes se manifestam numa dinâmica complexa, que implica num conjunto de relações sociais, como de classe e gênero. O objetivo deste trabalho é, portanto, analisar os processos que condicionam os conflitos socioambientais em torno da água na área estuarina do rio Capibaribe, na cidade do Recife, Estado de Pernambuco, Brasil. O estuário do rio Capibaribe é totalmente inserido na cidade do Recife, uma metrópole, sujeitando-se aos processos de degradação ambiental da urbanização brasileira. Isto afeta prioritariamente as populações de baixa renda que ocupam os manguezais na cidade, construindo seus territórios de vivência. As comunidades Caranguejo e Tabaiares são exemplos disto, uma vez que convivem desde meados do século XX com a precariedade do saneamento básico. Assim, essas comunidades compõem o referencial empírico deste trabalho. Para a realização da análise, foi realizada uma abordagem qualitativa de pesquisa, permeada pela interdisciplinaridade. Em vista disso, a pesquisa foi desenvolvida segundo a estratégia da Triangulação de Métodos, que permitiu a combinação de diversas técnicas de coleta e tratamento dos dados. Deste modo, foi analisado o contexto histórico e geográfico da área onde se processam os conflitos relacionados ao acesso e uso da água, bem como a identificação dos atores sociais, dos agentes naturais e do tipo de conflito (Latente ou Manifesto). Neste processo foi percebido que esses conflitos estavam encadeados a outros, numa rede complexa. Essa descoberta coloca em evidência o caráter dialético dos conflitos socioambientais, da mesma forma a dinâmica territorial na cidade capitalista. Isto foi possível mediante o enfoque dialético e politizador da análise, tendo em vista a totalidade dos fenômenos. A pesquisa revelou também aspectos importantes da dimensão das relações sociais de gênero nesses conflitos, tema que, até o momento, tem sido pouco desenvolvido no Brasil. A mulher tem destaque na dinâmica desses conflitos socioambientais, visto que a água é sua ferramenta de trabalho. Assim sendo, ela é atingida pela precariedade do saneamento básico de modo peculiar.