Translocação bacteriana no coto colônico distal desfuncionalizado – estudo em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: PINTO JÚNIOR, Francisco Edilson Leite
Orientador(a): BRANDT, Carlos Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17470
Resumo: O objetivo do presente estudo foi investigar se as alterações do cólon desfuncionalizado, evidenciadas na colite de derivação fecal (CD), seriam capazes de permitir Translocação Bacteriana (TB). Foram utilizados 62 ratos Wistar, machos, pesando entre 220 e 320 gramas, divididos em dois grupos: A (Colostomia) e B (Controle), contendo cada um 31 animais. No grupo A, todos os animais foram submetidos à colostomia, terminal boca única, em cólon ascendente. A partir do 70º dia de observação os seguintes procedimentos foram adotados: em cinco ratos foi injetado por via retal – no segmento desfuncionalizado - 2ml de uma solução salina 0,9% nos animais (subgrupo A1); em oito animais inoculou-se, por via retal, uma solução de 2ml contendo Escherichia coli ATCC 25922 (American Type Culture Collection), na concentração de 108 Unidades Formadoras de Colônias por mililitros (UFC/ml) - Subgrupo A2; em dez animais inoculava-se a mesma solução de Escherichia coli, na concentração de 1011UFC/ml (Subgrupo A3); e em oito animais colhia-se o muco encontrado no segmento colônico distal desfuncionalizado, para dosagens de açúcares neutros e proteínas totais (subgrupo A4). Nos animais do grupo B (controle) não foi confeccionada a colostomia nos ratos, no entanto, todos os outros eventos realizados no grupo A foram repetidos. Nos animais dos subgrupos A1, A2, A3, B1, B2, e B3, após serem mortos, realizou-se punção cardíaca para coleta de 2ml de sangue e retiraram-se fragmentos de tecidos de linfonodo do mesocólon, fígado, baço, pulmão e rim, para análise microbiológica. Essa análise consistia em evidenciar, em placas de Petri, contendo meio de cultura ágar-Mac Conkey, a presença de UFC de Escherichia coli ATCC 25922. Os testes de Mann-Whitney e Anova foram aplicados como técnicas investigativas para associação das variáveis. A ocorrência de TB, só foi evidenciada nos animais em que a concentração inoculada de Escherichia coli ATCC 25922, atingia níveis de 1011UFC/ml, ou seja nos Subgrupos A3 e B3, no entanto, sendo significantemente superior (80%) nos animais sem colostomia (subgrupo B3) quando comparados com os ratos com colostomia (20%) do subgrupo A3 (P<0,05). Pulmão, fígado e linfonodo foram os tecidos com maior percentual de recuperação bacteriana, tanto no subgrupo A3, quanto no B3. A hemocultura foi considerada positiva em 60 % dos animais do subgrupo B3 e em 10% do subgrupo A3 (p<0,05). Houve maior concentração de açúcares neutros, no subgrupo A4 - média 27,3mg/ml -, do que no subgrupo B4 - média 8,4mg/ml – (P<0,05). Conclui-se que as modificações na arquitetura da mucosa intestinal na CD podem promover alterações na barreira intestinal, mas não necessariamente conduz a maior freqüência de TB.