Intervenho, logo existo: a audiência potente e as novas relações no jornalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mesquita, Giovana Borges
Orientador(a): Pereira Júnior, Alfredo Eurico Vizeu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13152
Resumo: O trabalho teve a preocupação central de compreender como as audiências são envolvidas e que mudanças têm provocado na produção das notícias em veículos de referência, após o que se denomina WEB 2.0, uma fase no desenvolvimento da World Wide Web que favorece e promove a participação dos usuários. Para realizá-lo, acompanhamos as atividades do Diario de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação na América Latina, fundado em 1825, sediado no Recife, Pernambuco; e do lavanguardia.com, edição digital do diário La Vanguardia, o mais importante jornal de Barcelona, segundo da Espanha, depois do El País, e o oitavo diário digital em espanhol de maior audiência do mundo. Dois jornais que são pioneiros em suas cidades, não só na abertura de espaços ditos colaborativos ou participativos, como também na criação de novas editorias, como a de Mídias Sociais (Diario de Pernambuco) e a de Redes Sociais (La Vanguardia), cujo objetivo é envolver a audiência na construção da notícia. Propusemos a hipótese de que há uma Audiência Potente, definida como um agente que se envolve ou é envolvido nos processos, nas práticas e nas rotinas jornalísticas possuindo: capacidade de propagação da informação, não necessariamente notícia; capacidade de ação, possibilitada pelo acesso aos meios de produção; capacidade de transformação, na medida em que muda sua forma de ação e de comportamento ao longo do tempo, dependendo de condições culturais, econômicas, sociais, tecnológicas, dentre outras; e capacidade de amplificação, ao ressignificar o conteúdo, por meio de comentários, opiniões e novos olhares sobre o assunto, que é reverberado nas redes, oferecendo um extrato do que querem e do que pensam esses cidadãos e cidadãs que se envolvem com os meios de comunicação. A capacidade de amplificação pode constituir-se em uma expressão da inteligência e da consciência coletivas. Apresentamos também onze características dessa Audiência Potente: tecnológica, de conectividade, de rede, de interatividade, de autonomia na apropriação do conteúdo, de testemunha, de coprodução, de vigilância, de reação, de propagação e de amplificação. Com a presença desse agente que se incorpora ao campo jornalístico, as notícias não são mais construídas somente a partir da imagem que os jornalistas têm da audiência. A produção da notícia nos veículos de referência - que envolvia uma série de paradigmas e práticas profissionais dadas como naturais, somadas à cultura profissional e às restrições ligadas às organizações do trabalho - é acrescida das contribuições da Audiência Potente, que enriquecem o jornalismo oferecendo outros olhares da realidade.