Risco nutricional na admissão hospitalar: fatores associados, complicações e desfecho clínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SIMÕES, Shirley Kelly dos Santos
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33976
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência do risco nutricional na admissão hospitalar, seus fatores associados e sua relação com a incidência de complicações, tempo de hospitalização e mortalidade. Foi realizado um estudo observacional, análise antes e depois. A coleta de dados foi realizada através das fichas de acompanhamento nutricional dos pacientes admitidos na enfermaria de clínica médica do hospital Miguel Arraes, situado na cidade de Paulista-Pernambuco, no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2017. Foram coletadas: dados demográficos, história pregressa do paciente, dados antropométricos, clínicos, dietéticos e laboratoriais da admissão e do período de internamento e o desfecho clínico. O risco nutricional foi baseado na NRS-2002 realizada até 48h da admissão hospitalar. Foram estimadas as razões de prevalência bruta e ajustada, das características demográficas, antropométricas e laboratoriais associadas com a ocorrência de risco nutricional, salientando que para essa fase do estudo, os pacientes com índice de massa corporal inferior a 20,0 Kg/m² e idade ≥ 70 anos, foram excluídos por já entrarem na condição de risco nutricional. Foi realizada a comparação entre as médias dos parâmetros antropométricos e bioquímicos na admissão e desfecho. No estudo comparativo entre os dados não paramétricos foi utilizado o teste de Wilcoxon pareado. Na análise dos aspectos do internamento segundo o risco nutricional na admissão foram utilizados o teste do Qui-quadrado de Pearson, Qui-quadrado de tendência linear ou Exato de Fisher. A correlação linear de Pearson ou Spearman foi utilizada para avaliar a correlação entre as variáveis da admissão e aquelas relacionadas ao internamento. Foram avaliados no estudo 806 pacientes com média de idade de 46,4 + 12,5 anos, 58,3% do sexo masculino, a principal causa de internamento foram as doenças infecto-parasitárias (28,6%). O risco nutricional na admissão foi de 63,6%, a mediana do tempo de internamento foi de 26 dias (17-41) e 54,6% dos pacientes não apresentaram complicação, 80% evoluíram para a alta. Verificou-se que no modelo final obtido por regressão de Poisson, após o ajuste para potenciais fatores de confusão, tanto em homens quanto em mulheres as variáveis que permaneceram independentemente associadas ao risco nutricional foram: o IMC na faixa de eutrofia e a circunferência do braço com déficit e na faixa de eutrofia. Quanto ao estudo comparativo entre os dados do baseline e o final, evidencia-se que o IMC se manteve na faixa de eutrofia. A hemograma e o hematócrito apresentavam na faixa de anemia, a albumina apresentou valores reduzidos sem alteração ao longo do período. Por outro lado, a proteína C reativa mostrou redução estatisticamente significante. Na análise da correlação entre variáveis antropométricas e laboratoriais com o tempo de internamento e número de dias para início da dieta, ajustados por sexo e ocorrência de risco nutricional na admissão. apenas a albumina sérica mostrou uma correlação inversa com o tempo de internamento nos homens e mulheres com risco nutricional. Em síntese, pode-se concluir que pacientes com um melhor estado nutricional apresentam menor morbimortalidade no período de hospitalização e a triagem de risco nutricional é imprescindível na admissão hospitalar.