Os fundamentos ontológico-metafísicos da metapsicologia freudiana e a tarefa de uma fundamentação ontológico-existencial da psicanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: DIAS, Pablo Raphael Ribeiro
Orientador(a): SENA, Sandro Márcio Moura de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48496
Resumo: Um aspecto fundamental da fenomenologia hermenêutica de Martin Heidegger (1889-1976) é a tese do esquecimento do ser. Sua analítica existencial, presente na obra Ser e Tempo (1927), visa desvelar os aspectos fundamentais do ser desse ente – aspectos que caíram no esquecimento. Na obra Seminários de Zollikon (1959-1969), vemos que, para Heidegger, a metapsicologia representa mais um exemplo do esquecimento do ser. Se a metapsicologia freudiana cumpre o papel de manter o Dasein em seu esquecimento, a fenomenologia hermenêutica, em contrapartida, é um método de análise capaz de desvelar os conceitos ontológicos fundamentais da metapsicologia freudiana. Com isso, defenderemos que a fenomenologia heideggeriana tem algo de peculiar no tocante à investigação ontológica. Por meio dela notamos que é possível uma investigação das fundamentações ontológicas das ciências particulares. Diante disso, o objetivo deste trabalho é indicar os fundamentos metafísicos da metapsicologia freudiana, por meio da fenomenologia hermenêutica, com a tarefa crucial de apontar a viabilidade de uma psicanálise sem sujeito que encontra em Heidegger uma nova base ontológica para pensar o ente humano. Buscaremos, em primeiro lugar, apresentar em linhas gerais os conceitos fundamentais do arcabouço teórico metapsicológico freudiano, a saber: pulsão, inconsciente e desejo; em seguida mostraremos em que medida a filosofia de René Descartes (1596-1650) parece ser a base ontológico-existencial da metapsicologia freudiana. Em segundo lugar apresentaremos aquilo que na analítica existencial é fundamental para pensar o ente humano: o conceito de fenômeno (mostrar-se, aparência e manifestação) e a tese do Dasein como ser-no-mundo (compreensão, tonalidade de humor e fala). Em terceiro lugar, por meio da analítica existencial, investigaremos como é possível uma desconstrução fenomenológica da metapsicologia freudiana. Para realizar tal tarefa colocaremos a ciência da psique sob a ótica da fenomenologia hermenêutica introduzindo a crítica heideggeriana à metapsicologia freudiana. Por fim, indicaremos em que medida é possível uma psicanálise sem sujeito, isto é, longe do entulho metafísico ao qual Sigmund Freud (1856-1939) está intimamente ligado em seu arcabouço teórico metapsicológico.