Análise dos distúrbios cognitivos em sujeitos portadores de doença de Parkinson em estágios distintos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: MEDEIROS, Josian Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12580
Resumo: A doença de Parkinson (DP) foi descrita por James Parkinson em 1817. Sua etiologia e cura permanecem desconhecidas, acomete sujeitos na terceira idade, entretanto pode ocorrer em jovens. Dentre os sintomas primários encontramos: tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. Nos secundários alterações de fala, deglutição, marcha, do sono, autonômicas, psíquicas e cognitivas. Dentre as alterações cognitivas iniciais podemos observar alterações isoladas, tais como distúrbios visuoespaciais e lentificação do processo decisório. Com o avançar da doença podemos encontrar: lentificação do processo cognitivo, apatia, comprometimento de memória e da função executiva (FE). O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre distúrbios cognitivos na DP, demostrar a importância do enfermeiro na identificação de alterações cognitivas em sujeitos senescentes, identificar a presença ou não de distúrbios cognitivos nos três primeiros estágios da DP através da avaliação cognitiva e comparar com o grupo controle (GC) e verificar sua possível progressão com o avançar dos estágios. Os dados foram coletados no Centro de Referência de Parkinson no Hospital Geral de Areias em Recife - PE, de Janeiro de 2009 a Dezembro de 2012. Os métodos utilizados na construção dos artigos desta tese consistiram de revisão sistemática, quantitativo, de coorte, caso controle e de observação. A amostra foi selecionada de maneira aleatória simples e incluiu 72 sujeitos de ambos os gêneros, destes 56 com DP idiopática dos quais 17 no estágio I, 20 no estágio II, 19 no estágio III da escala modificada de Hoehn e Yahr e 16 no GC. A idade nos dois grupos variou entre 40-87 anos. Foram utilizadas as escalas: Hoehn & Yahr e Escala de Depressão de Hamilton. Para avaliação cognitiva foram aplicados: Mini-exame do Estado Mental, teste da moeda na mão, Teste do “ir - não ir”, fluência verbal semântica, teste do desenho do relógio, interpretação de provérbios, testes das trilhas formas A e B, lista de palavras e bateria breve de rastreio cognitivo. Para análise estatística foram aplicados Shapiro-Wilk, Teste t, Mann-Whitney, teste exato de Fischer e teste G com significância p ≤ 0.05. Com os resultados dos trabalhos desenvolvidos nessa tese verificamos que as alterações cognitivas predominantemente encontradas na DP estão relacionadas com a FE, memória, fluência verbal, atenção, diminuição na velocidade de resposta a estímulos visuais, visuo-constructivas, organização espacial; que existe carência na literatura correlacionando a presença de distúrbios cognitivos a estágios específicos; Idosos que participam de programas de atenção ao idoso podem apresentar bons resultados no perfil cognitivo; As questões cognitivas chamam atenção para a necessidade da abordagem multidisciplinar na DP, e dentro dele, o enfermeiro tem um papel extremamente importante na assistência à saúde dos sujeitos com distúrbios cognitivos, pois através dos testes utilizados este profissional será capaz de detectar o mais precoce possível o surgimento de tais distúrbios; e que existe uma maior tendência de comprometimento cognitivo no grupo com DP no estágio III quando comparamos com o GC. Concluímos que a cognição deve ser avaliada desde os estágios iniciais da DP, a fim de possibilitar o rastreio destes distúrbios, pois estes podem estar sendo subdiagnosticados. Existe progressão dos distúrbios cognitivos com o avançar dos estágios da DP e nosso estudo vai de encontro à literatura que aponta para uma possível alteração cognitiva nos estágios inicias da DP, no entanto estudos posteriores, com um número maior de sujeitos, deverão ser realizados para confirmar ou não tais resultados.