Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
BARBOSA, Marilene Vieira |
Orientador(a): |
PIMENTEL, Rejane Magalhães de Mendonça |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40181
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Resumo: |
Conhecida por sua exuberância, elevada biodiversidade e endemismo, a Mata Atlântica chama a atenção pelo histórico de degradação ambiental ao longo dos últimos cinco séculos, resultando em uma paisagem fragmentada, com remanescentes em diferentes estágios de regeneração. A população que reside em seu território se beneficia dos serviços ecossistêmicos e interage de diferentes maneiras. O desenvolvimento de estudos que identifiquem as alterações na paisagem, auxiliem na compreensão da dinâmica de regeneração da vegetação e a maneira da população interagir com a natureza, contribuem para a elaboração de planos de manejo e gestão ambiental participativa com ações que visem a conservação da biodiversidade local, somando-se aos esforços para atingir os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas, integrantes da Agenda 2030. Neste sentido, o estudo objetivou analisar a percepção ambiental e ações antrópicas, em interação com a vegetação dos fragmentos de mata secundária em comunidades rurais de assentamentos da reforma agrária. Elaborou-se uma revisão sistemática da literatura acerca da multidisciplinaridade da percepção ambiental, com buscas na base de dados da Scopus; entrevistas com sete “informantes-chave”, identificados por meio da técnica de pesquisa “bola de neve”, com perguntas norteadoras de cunho socioeconômico e sobre a percepção, usos e as ações de preservação da vegetação; estudo de uso e cobertura do solo por meio da classificação supervisionada e cálculos dos índices de vegetação, NDVI e SAVI no Sistema de Informações Geográficas do QGIS., utilizando imagens dos satélites Landsat 5 e 8; e caracterização da diversidade e estrutura da vegetação nativa, onde 30 parcelas foram alocadas em seis transectos, sendo três em fragmentos da comunidade de Penedinho e três em Chico Mendes I. Os colaboradores possuíam idades entre 37 e 81 anos, trabalham na agricultura desde a infância e moram na comunidade desde 1997, tendo a comercialização da produção agrícola como a principal fonte de renda. Para os mesmos, a concepção da natureza está relacionada com a fonte de vida, onde o motivo para preservá-la está associado com a manutenção dos mecanismos naturais que viabilizam a existência desta e às mudanças climáticas, sendo o fogo a principal ameaça para a vegetação local. Apesar da predominância de áreas cultivadas, observou-se o aumento da área de vegetação nativa, após a criação dos assentamentos. Em relação à estrutura florestal, foram amostrados 1.693 indivíduos com altura e diâmetro médio de 8,1m e 39,1cm, respectivamente, densidade média de 3.762,2/ha e área basal de 337,7m2. Registrou-se a ocorrência de 56 espécies pertencentes a 41 gêneros e 22 famílias, e que a estrutura dos fragmentos estudados apresenta características típicas de estágios iniciais de sucessão florestal. A maneira de perceber e interagir com a natureza dos colaboradores está relacionada à vivência, saberes e observações diárias do meio, além dos modos de produção e geração de renda. Identificou-se que as principais alterações na paisagem da área estudada estão relacionadas à matriz agrícola da região e que as ações da comunidade têm contribuído diretamente para o aumento da cobertura vegetal, restauração das áreas degradadas e reestabelecimento da vegetação nativa e relações ecológicas locais. |