Lugar de Paradoxos: pelos caminhos discursivos do setor nuclear

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Ponce Pereira, Ioná
Orientador(a): Maria de Azevedo Mello Gomes, Isaltina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3282
Resumo: Baseado em teorias da Análise Crítica do Discurso, da Análise de Discurso Francesa e da Pragmática, este trabalho evidencia a relação existente entre o discurso das instituições do setor que desenvolve a tecnologia nuclear no Brasil e a perpetuação do estigma que carregam. Abordando temas como memória social, interdiscurso, formação imaginária, atos de fala e pressuposições, defende-se que o discurso pró-nuclear se encontra permeado pelo antinuclear e que essa realidade reforça a imagem negativa e os problemas de aceitação pública que esse setor ainda enfrenta. O corpus da análise constitui-se em dois blocos: o site da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) entidade federal que licencia e controla as atividades de todas as instituições nucleares no país , representando o discurso pró-nuclear; e o textos divulgados em jornais, revistas e sites, posicionando-se contra a tecnologia nuclear. Contrapondo os textos pró e antinucleares, a investigação mostrou que o discurso da CNEN está construído por um posicionamento que apenas se defende dos ataques efetivados pelo discurso antinuclear. Enquanto este último expõe fatos envolvendo acidentes e possíveis perigos relacionados à tecnologia nuclear, o primeiro aborda princípios e garantias, além de trazer toda a lembrança dos mesmos fatos explorados pelo discurso opositor. Chegou-se à conclusão de que o discurso da CNEN está aprisionado por um campo de significações negativas e que essa situação demanda um estudo mais profundo sobre a construção dos sentidos para, talvez, apontar saídas que reorientem o quadro do atual discurso pró-nuclear