Modernização-restauradora e transformismo na política do ensino médio [integral] em Pernambuco : estratégias da hegemonia empresarial e controle do trabalho docente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: BARBOSA, John Mateus
Orientador(a): SILVA, Jamerson Antônio de Almeida da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40182
Resumo: A tese de doutorado aqui apresentada partiu da problemática que envolve a reestruturação da política do ensino médio em pernambucano e a rotinização de estratégias de controle sobre o trabalho docente. Nesse sentido, nosso problema de pesquisa foi: como a rotina de trabalho dos(as) professores(as) vem sendo racionalizada dentro da política do ensino médio integral em Pernambuco? Partimos do pressuposto de que o controle do trabalho docente está articulado a um processo de hegemonia, isto é, rotinização de uma determinada racionalidade de classe, entendida como racionalização [controle da rotina], que envolve: filosofia de trabalho, métodos de gestão e a atuação de intelectuais, aparelhos de hegemonia e do Estado para o disciplinamento moral e intelectual dos(as) professores(as). Tomamos em nossa abordagem teórico-metodológica categorias e conceitos da produção teórica de Gramsci, especialmente, os apontamentos no C22 [Americanismo e fordismo]. Os procedimentos metodológicos foram análise documental e entrevistas junto aos docentes da rede estadual de ensino. O marco temporal do estudo está circunscrito ao período de 2003 a 2020. Concluímos que o estado de Pernambuco, a partir de inovações administrativas, pedagógicas e normativas, desenvolveu, aprimorou e expandiu um modelo de racionalização da rotina de trabalho docente, a Tecnologia Empresarial Socioeducacional – TESE, inspirada na Odebrecht, que combina fundamentos, métodos de gestão e a estrutura de trabalho do taylorismo com aspectos da acumulação flexível. No campo ideológico busca-se o consentimento dos(as) docentes acerca da responsabilização pelos resultados do programa, intensificação da jornada de trabalho, ampliação das tarefas e a desregulamentação da profissão. Observou-se também a aquisição, via estado de Pernambuco, de tecnologias sofisticadas para monitorar e disciplinar a rotina de trabalho docente. As estratégias políticas utilizadas pela hegemonia empresarial para implementar o modelo TESE na política do ensino médio foram a modernização-restauração e o transformismo, modalidades de apassivamento típicas de revolução passiva.