Notícias sobre crimes e punitivismo : uma abordagem experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SALAZAR SÁNCHEZ, Karla María
Orientador(a): PAVÃO, Nara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencia Politica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33535
Resumo: Por que as pessoas assumem posturas punitivas? Eu desenvolvo e testo empiricamente dois argumentos para responder essa pergunta. O primeiro deles é que os framings utilizados nas notícias sobre crimes afetam o nível de punitivismo nas pessoas. Assim, estabeleço que o tipo de framing episódico faz com que a população mostre posturas punitivistas, pois atribui, implicitamente, a responsabilidade a indivíduos de forma particular. Segundo, argumento que o efeito do framing episódico sob o punitivismo acontece, pelo menos em parte, pela aversão que esse tipo de notícias gera nas audiências. Nesse sentido, é plausível prever que um framing episódico, ao apresentar informação sobre uma ruptura das normas sociais com atribuições individualistas implícitas, desencadeie aversão na população. Essa emoção, ao constituir uma avaliação moral com o objetivo de vingar, faria com que as pessoas assumissem posturas repressivas. As hipóteses foram testadas mediante uma abordagem experimental com dois casos de estudo: Costa Rica e Brasil. Os resultados do caso costarriquenho permitem confirmar, exclusivamente com mulheres e pessoas brancas, a hipóteses do efeito dos framings episódicos nas emoções e no punitivismo. Já o caso brasileiro apresenta uma dinâmica diferente que não foi possível explicar com os argumentos teóricos levantados neste estudo e, portanto, abre novas perguntas de pesquisa. Entre as contribuições do estudo, duas se destacam. Primeiro, os achados fornecem elementos empíricos para discutir o papel das notícias sobre crimes e as emoções no punitivismo. Segundo, aporta evidência de dois países latino-americanos com altos níveis de violência sobre um fenômeno que tem sido tradicionalmente estudado em países desenvolvidos.