Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
MAGALHÃES, José Hugo Gonçalves |
Orientador(a): |
NASCIMENTO, Alexsandro Medeiros do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25277
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Resumo: |
A morte é reconhecida por sua alta responsividade às variantes culturais. No ocidente, a morte tem sido representada a partir de uma via onde significados aparentemente antagônicos como os da finitude e da imortalidade convivem lado a lado (Cave, 2012). Ocorre que, a cultura, compreendida em seu aspecto simbólico, abriga uma ampla gama de interfaces semióticas que constituem, em níveis do funcionamento cognitivo humano, os processos de significação dos objetos do mundo (Valsiner, 2000). Inseridos nesta conjuntura, encontram-se as elaborações semióticas operadas no tema da morte, no âmbito da cultura heavy metal. Considerando este fenômeno, a presente pesquisa procurou investigar o que as pessoas experienciam quando a morte toma o centro de suas atenções e se constitui enquanto objeto em seus estados subjetivos. Ao todo, trinta participantes responderam a entrevistas semi estruturadas de caráter introspeccionista, visando a identificação das três dimensões fundamentais da experiência consciente, a saber: pensamento, afetividade e sensorialidade (Hektner, Schmidt & Csikszentmihalyi, 2007). A fenomenologia dessas dimensões foi identificada a partir da exploração de construtos como fala interna, visualização interna, sentimento, entre outros (Chalmers, 1996; Hurlburt & Heavey, 2008; Paivio, 2007). A partir dos objetivos da pesquisa, os dados foram submetidos à análise de conteúdo (Bardin, 2006), no intuito de identificar e quantitifcar as categorias de conteúdos que emergiram da amostra. Em síntese, os resultados referentes à dinâmica cognitiva, sugerem que não obstante à integração entre os sistemas cognitivos, verbal e não verbal, na constituição desse tipo de experiência interna, houve a prevalência de processamento cognitivo através da atividade do sistema não verbal. No que se liga ao conteúdo da fenomenologia geral desses estados conscientes, foram encontradas dimensões ligadas a visualizações de pessoas da família, amigos, cenários e objetos fúnebres como velórios, cemitérios, caixões; a rememoração de acidentes pessoais, ocorrência de sentimentos pesarosos como tristeza, saudade, ansiedade; bem como a ocorrência de memórias olfativas, tatéis e alterações no agenciamento proprioceptivo. Em termos sóciocognitivos, evidenciou-se o desenvolvimento de teorias da mente, durante a imersão na experiência, e além disso, os dados sugerem que, na constituição da fenomenologia composta pelo todo dos conteúdos associados à morte entre os participantes, residem impactos mais expressivos de elementos tanáticos provenientes do cotidiano da cultura ocidental em geral, do que dos elementos tanáticos diretamente presentes na cultura heavy metal em particular. A partir da realização pesquisa, sugere-se a criação de um programa de pesquisa cognitivofenomenológico dos estudos da morte na psicologia, bem como, o delineamento de um campo de pesquisa temático da consciência, no âmbito dos estudos de primeira pessoa na contemporaneidade. |