Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, Julia Teixeira |
Orientador(a): |
LEAL, Telma Ferraz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48966
|
Resumo: |
Esta pesquisa, a partir do diálogo com autores sociointeracionistas e com a perspectiva bakhtiniana sobre gênero discursivo, teve como objeto de estudo o eixo da oralidade e suas dimensões de ensino. Investigamos as orientações para o ensino do eixo da oralidade presentes no documento curricular da Rede Municipal de ensino do Recife e as relações com as práticas de ensino das professoras. Especificamente, buscamos mapear as especificidades desse ensino, delimitando suas dimensões e as interrelações entre elas. Para atender aos objetivos traçados, desenvolvemos análise documental da Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, identificando as dimensões de ensino da oralidade contempladas e as orientações apresentadas, e analisamos a prática de duas professoras do 4o ano do Ensino Fundamental, por meio de entrevistas e observações de aulas, investigando as relações entre as proposições curriculares e suas práticas. Realizamos, com base em Bardin (1977;2004), análises qualitativas e quantitativas, tanto dos dados documentais quanto das observações, à luz dos estudos sobre: concepções de ensino da Língua Portuguesa e de oralidade, bem como das dimensões de ensino do eixo “Linguagem oral”, currículo de Língua Portuguesa e práticas e saberes docentes. Os dados foram analisados e categorizados a partir de estudos anteriores (LEAL, 2010; LEAL; BRANDAO; NASCIMENTO, 2010; LEAL; BRANDÃO; LIMA, 2012; LEAL; SEAL, 2012; SOUZA, 2015; SOUZA; GUIMARÃES; LEAL, 2016; ETC.) que sistematizaram as dimensões do ensino da oralidade: valorização do texto oral, variação linguística; relações entre fala e escrita; reflexões sobre práticas sociais de uso da oralidade e sobre gêneros orais e produção e compreensão de textos orais. Os dados evidenciaram que o documento curricular explicita habilidades relativas a todas as dimensões do ensino da “Linguagem oral”, exceto a variação linguística. As dimensões “Reflexões sobre práticas sociais de uso da oralidade e sobre gêneros orais” e “Produção e compreensão de textos orais” foram referenciadas mais frequentemente no documento, embora algumas subdimensões importantes não tenham sido abordadas. As relações entre fala e escrita foram insuficientemente contempladas. Em relação às práticas docentes, os dados revelaram que as duas professoras desenvolveram situações alinhadas ao documento, extrapolando as orientações, tanto no que diz respeito às dimensões de ensino quanto à variação dos gêneros orais, embora aspectos importantes desse ensino tenham sido contemplados de modo insuficiente, como as habilidades relativas ao planejamento das situações de oralidade e relações entre fala e escrita. Concluímos que, apesar das ausências de dimensões, o documento demarca o espaço para o eixo oral, contribuindo para o fortalecimento desse eixo enquanto objeto de ensino direcionado e sistemático. As professoras também apresentaram esforços para contemplar as diferentes dimensões de ensino da oralidade, embora algumas delas tenham sido abordadas de forma pouca sistemática. De modo geral, as docentes extrapolaram as orientações expostas no documento curricular. Concluímos que o debate sobre a oralidade e suas dimensões como objeto de ensino da Língua Portuguesa ainda precisa ser ampliado e consolidado nos documentos oficiais e formações inicial e continuada, garantindo aos professores discussões mais aprofundadas sobre este eixo, suas dimensões e sua efetivação na prática. |