Mulher e ciência: interfaces feministas entre conhecimento científico e político na América Latina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: RÊGO, Sérgio Antônio Silva
Orientador(a): LAGE, Allene Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28025
Resumo: Nosso trabalho procura mapear publicações feministas de cinco países latino-americanos, observando a ideia de militância contida no ato da veiculação do conhecimento. Essas publicações, possuem um tipo de atuação de cunho político, evidenciando assim mais uma maneira de exercer o ativismo feminista. Num primeiro momento procuramos discutir o papel da ciência e a sacralização engendrada em torno de um ideário de salvação da humanidade advindo da mesma, e perceber a construção de uma pluralidade de conhecimentos baseados na construção de novas formas de perceber como se processa a constituição deste. Percorremos a trajetória do movimento feminista, em suas variadas gerações, e procuramos traçar as principais dinâmicas enfrentadas nas conquistas e afirmações de direitos, entre outras reivindicações. Evidenciando, nessa discussão, o papel desempenhado pelo feminino na produção de saberes ditos científicos e sua participação do espaço docente enquanto produtora e de como esse fenômeno se dá neste espaço. Para tanto, uma metodologia feminista, conforme aponta Castañeda (2008) é necessária. Com isso, uma reformulação dos métodos que permeiam a construção de novas formas de percepção a velhas maneiras de conceber a estruturação do conhecimento, assinalando esse caminho Harding (1987, 1993, 1996), Haraway (1995), Lagarde (2000, 2012), Gebara (2004), Gargallo (2006). Nesse caminho, a busca para a construção de uma epistemologia feminista torna-se concreta entre as feministas latino-americanas e carinhas, associando-se as contribuições de outras perspectivas feministas, e procurando, a cada instante, romper com o ciclo opressor, muitas vezes transmutado como libertador, por essa concepção secularizada de ciência, baseada no androcentrismo. Para tanto, as concepções de gênero trazidas por Scott (1990) e Lagarde (1996), somadas a ideia de patriarcado trabalhada por Saffioti (2013, 2015) e Connell (1990), unindo-se ao aspecto de identidade por utilizado por Lagarde (1990), assim como a utilização dos cativeiros Lagarde (2011) se tornaram condição para a realização desse processo investigativo. Toda essa caminhada nos levou ao que chamamos, como afirma Lugones (2011), de concepção feminista pós-colonial. São diversos os fatores que levam a tipos de conceitos pré-estabelecidos e a procura por identificá-los e explicá-los é o que fundamenta o nosso trabalho. Isto é, analisar a literatura, pesquisas e periódicos eletrônicos, na perspectiva de estudar o processo de engajamento, autoconhecimento e militância de mulheres na ciência, como por parte de nosso objeto de pesquisa. Baseando-nos numa metodologia qualitativa e fazendo uso do método do caso alargado, conforme Santos (1983), procuramos verificar se há uma relação grande dos temas educação e “conhecimento científico” com o feminismo na produção de saberes por parte das mulheres docentes nas academias latino-americanas e como isso se verifica em termos de militância das mesmas. Nossas considerações finais apontam para o fato de que há uma carência/lacuna no que se refere em associar ciência, docência feminina e academia, em pesquisas acadêmicas, assim como nas publicações investigadas. Com isso abre-se um vasto campo de pesquisa que pode vir a fomentar outras tantas discussões e auxiliar, cada uma a seu modo, na eliminação da opressão sexista, em suas mais variadas formas de atuação.