Estudo Etnofarmacológico de Croton adamantinus MÜLL. ARG. (EUPHORBIACEAE).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SANTOS, Simone Maria dos
Orientador(a): XIMENES, Rafael Matos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17443
Resumo: Croton adamantinus Müll. Arg. (Euphorbiaceae) é conhecido popularmente como carrasco. Neste trabalho foi realizado um estudo etnobotânico, o perfil fitoquímico, a atividade antioxidante e anti-inflamatória do extrato etanólico da casca do caule de C. adamantinus (EECA). O estudo etnobotânico foi realizado através de entrevista por meio de questionários semiestruturados. A prospecção fitoquímica foi realizada por cromatografia em camada delgada utilizando reveladores específicos. A avaliação do potencial antioxidante do EECA foi realizada pelo método de sequestro in vitro do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila). A atividade anti-inflamatória foi avaliada de forma tópica pelo modelo de edema de orelha induzido por óleo de cróton, ácido araquidônico, capsaicina e fenol. A avaliação sistêmica foi realizada através do edema de orelha induzido por óleo de cróton, edema de pata induzido por zymosan, migração leucocitária induzida por carragenina no bolsão de ar e permeabilidade vascular induzida por ácido acético. No levantamento etnobotânico, C. adamantinus foi citado por 19% dos entrevistados para tratamento de dor e inflamação. O extrato possui diferentes classes de metabólitos secundários de interesse farmacológico, com maior intensidade para os terpenos e esteroides, e não apresentou potencial antioxidante in vitro relevante. O EECA nas doses de 0,1, 0,5 e 1,0 mg/orelha (tópico) apresentou redução significativa dos edemas de orelha induzidos por óleo de cróton, ácido araquidônico, capsaicina e fenol. Quando analisado por via oral, o EECA, nas doses de 30, 100 e 300 mg/kg, não inibiu significativamente o edema de orelha induzido por óleo de cróton. No entanto, quando administrado nestas mesmas doses por via intraperitoneal, houve uma redução significativa nas doses de 100 e 300 mg/kg. No edema de pata induzido por zymosan, houve redução na primeira hora para as três doses testadas (100, 200, 300 mg/kg), porém após duas horas somente as doses de 200 e 300 mg/kg foram eficazes. A migração celular induzida por carragenina no modelo de bolsão de ar foi reduzida por todas as doses testadas. No entanto, não houve diferença na permeabilidade vascular induzida por ácido acético. Em conclusão, a atividade anti-inflamatória verificada no presente estudo corrobora com o levantamento etnobotanico realizado, onde o carrasco foi citado por 19% dos entrevistados como anti-inflamatório. Mais estudos são necessários com EECA para elucidação dos possíveis mecanismos de ação.