Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Victor Hugo Barbosa dos |
Orientador(a): |
ALBUQUERQUE, Mônica Camelo Pessôa de Azevedo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56304
|
Resumo: |
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a esquistossomose é uma doença parasitária e endêmica registrada em 78 países tropicais e subtropicais. Além disso, a quimioterapia preventiva é recomendada em 54 países com registros de transmissão moderada e alta. O Praziquantel (PZQ), um derivado pirazinoisoquinolona, é o único fármaco disponível para o tratamento da esquistossomose. O PZQ apresenta limitações como eficácia apenas frente a fase adulta do verme e não prevenir a reinfecção. Os probióticos são indicados para ajudar a regular a microbiota intestinal contribuindo para a integridade da mucosa e prevenindo a disbiose causada por patógenos oportunistas, como protozoários e helmintos intestinais. Além disso, vários estudos demonstraram que os probióticos podem atuar fora do sítio intestinal através de seus metabólitos ou modulação de receptores de células de defesa. Bacillus cereus GM (Geyer Medicamentos) obtido da Biovicerin® foi cultivado para obtenção de esporos com objetivo de avaliar, in vivo, o seu efeito esquistossomicida, histopatológico, imunomodulador e hepatoprotetor sobre esquistossomose experimental. O ensaio foi realizado durante um período de 90 dias. Camundongos fêmeas Swiss Webster foram infectados com 50 cercárias de Schistosoma mansoni (BH) no 15o dia do ensaio experimental. Foram formados três grupos experimentais (n=10 animais cada): G1- solução salina do 1o ao 90o dia; G2- B. cereus GM (105 esporos em 300 μL) do 1o ao 90o dia; G3- solução salina do 1o ao 49o dia e B. cereus GM do 50o ao 90o dia (período de oviposição). Nos resultados, o G2 apresentou redução significativa de 43,36% do total de vermes; 48,82% de vermes fêmeas e 42,5% dos ovos no tecido hepático. No G3, a redução foi de 25,18%, 29,13% e 44% do número total de vermes, vermes fêmeas e ovos no tecido hepático, respectivamente. Não houve diferença significativa no padrão de oviposição analisado pelo oograma. Os marcadores hepáticos ALT (Alanina Aminotransferase), AST (Aspartato Aminotransferase), FAL (Fosfatase Alcalina) e Gama-GT (Gama- Glutamiltransferease) aumentaram significativamente nos grupos infectados quando comparados ao grupo não infectado. Comparados ao grupo infectado e não tratado G1, G2 e G3 apresentaram redução de 25% (p< 0,001) e 22% (p<0,001) nos níveis da AST, respectivamente, mas os níveis da ALT não mudaram. Os níveis da FAL foram reduzidos em 23% (p<0,001) no grupo G2, mas não no G3. Os níveis de Gama- GT foram reduzidos nos grupos G2 e G3, mas não significativamente. O volume médio dos granulomas foi reduzido em (p<0,0001) 65,2% e 46,26% no tecido hepático e 82,98% e 53,2% no intestino, respectivamente, nos grupos G2 e G3. As citocinas de perfil Th1 (IFN-γ, TNF-α, IL-6) e IL-17 aumentaram significativamente (p<0,001) no sobrenadante de células esplênicas estimuladas com B. cereus GM, nos grupos G2 e G3. A IL-4 apresentou valores significativos quando o estímulo foi mediado pela ConA (Concanavalina A) e os esporos de B. cereus GM. Ao modular a resposta imune, Bacillus cereus GM reduziu a carga de vermes, melhorou a função hepática e reduziu a reação inflamatória granulomatosa em camundongos infectados com S. mansoni, especialmente quando administrado antes da infecção. |