Percepção dos Proprietários sobre a Biodiversidade de suas Florestas e a Necessidade de Incentivos Econômicos para sua Conservação na APA Aldeia-Beberibe, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: AZEVÊDO, Jéssika Karla Castro de
Orientador(a): ALVES-COSTA, Cecília Patrícia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16610
Resumo: A APA Aldeia Beberibe é uma Unidade de Conservação Estadual criada recentemente (2010) e tem por principais objetivos a conservação da Mata Atlântica no estado para assegurar o provimento dos serviços ambientais, dentre eles, o fornecimento de água para a Região Metropolitana do Recife. Envolver os proprietários nas políticas e ações para conservação das florestas da APA é imprescindível para o sucesso da mesma. Desse modo, a pesquisa buscou avaliar a percepção dos proprietários sobre suas áreas de floresta nativa, a biodiversidade, os seus serviços ambientais a elas associados e sua responsabilidade por esse bem que traz benefícios à comunidade, avaliando sua disposição a pagar (DAP) para a conservação da floresta em sua região e sua disposição a receber como compensação pela manutenção da floresta (DARF) em sua propriedade. Para avaliar se a percepção do proprietário é condizente com os níveis de biodiversidade de sua propriedade e se há propriedades que se sobressaem em biodiversidade a outras, de modo a serem priorizadas por mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), a diversidade de aves, morcegos, pequenos mamíferos não-voadores e/ou plantas arbóreas foram compiladas para cada propriedade. Dentre um total de 22 entrevistados, 74% escolheram morar em Aldeia para ter uma melhor qualidade de vida (com tranquilidade e proximidade à natureza), 100% pensam que a presença da floresta valoriza sua propriedade no mercado imobiliário e 95% se preocupam com o destino da sua floresta, a qual gostariam que fosse conservada. Mais que a metade (51%) afirmou que as principais mudanças observadas na região estão relacionadas ao crescimento populacional desordenado, motivo este que desvaloriza a propriedade e ocasiona mudanças à nível local, como a diminuição da fauna e a disponibilidade de água. A maioria (68%) dos entrevistados está disposta a pagar pela conservação das florestas e 75% afirmam que seu pagamento depende da credibilidade da proposta e da administração do dinheiro. Sobre a DARF, 45% afirmaram que estariam dispostos a receber, pois o dinheiro serviria para incrementar o que já vem sendo feito. Os níveis de diversidade variaram de 9 a 30 espécies para aves, 5 a 10 para morcegos, 0 a 5 para pequenos mamíferos não-voadores e 17 a 43 para as árvores. Além disso, em todas as propriedades foram encontradas espécies endêmicas e em oito foram encontradas espécies vulneráveis. No entanto, os proprietários desconheciam os níveis de diversidade de suas propriedades, sua composição e a existência de espécies ameaçadas e/ou endêmicas, não havendo portanto nenhuma correlação da DAP ou DARF com os níveis de diversidade. Há trechos que são importantes para vários grupos e várias espécies endêmicas e ameaçadas, e portanto, à nível local, podem ser priorizados quanto ao recebimento de programas de PSA. Porém, é interessante estender essa política a todos os proprietários, garantindo uma maior interconectividade na paisagem. De modo geral, conclui-se que o estabelecimento de uma proposta de PSA é uma alternativa viável para a alocação de recursos em prol da gestão ambiental da área estudada, tendo uma maior aceitação, caso seja realizado por meio de um mecanismo que garanta a transparência e eficiência na gestão dos recursos, como por exemplo, através de parcerias que viabilizem um contrato direto entre o doador e o receptor dos recursos.