Extração supercrítica e técnicas convencionais de extração na obtenção de compostos bioativos da semente de umbu (Spondias tuberosa)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: DIAS, Jônatas Lopes
Orientador(a): STRAGEVITCH, Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Quimica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28386
Resumo: Spondias tuberosa, conhecido popularmente no Brasil como umbu, produz um fruto amplamente consumido na região Nordeste do Brasil. Essa planta tem sido extensivamente estudada devido à presença de compostos bioativos com propriedades medicinais. Porém, estudos acerca do potencial de aplicação das sementes, um dos resíduos agroindustriais sem aplicação definida, são escassos. Esta pesquisa objetiva investigar o potencial da semente de umbu como fonte de antioxidantes e ácidos graxos essenciais, utilizando métodos convencionais de extração e tecnologia supercrítica, com o objetivo de agregar valor à cadeia produtiva deste. O presente trabalho avaliou o perfil de ácidos graxos (AG), o conteúdo de compostos fenólicos totais (CFT) e a atividade antioxidante (AA) dos extratos de S. tuberosa obtidos por extração supercrítica (ESC) com CO₂ puro e com a adição de etanol/H₂O como cossolvente, Soxhlet e extração assistida por ultrassom (EAU). Os ensaios com ESC foram realizados isotermicamente (313 K) nas condições de pressão de 15 MPa, 20 MPa e 30 MPa. Extratos obtidos por Soxhlet foram conduzidos com etanol e n-hexano a 369 K, enquanto que os ensaios de EAU foram conduzidos com os mesmos solventes, porém a temperatura ambiente. A cinética de extração e o emprego de cossolvente no processo de extração supercrítica também foram avaliados. Os extratos obtidos por ultrassom com etanol/H₂O e Soxhlet com etanol apresentaram os maiores rendimentos, 10,93% e 9,12 %, respectivamente. A ESC de semente de umbu apresentou rendimentos semelhantes àqueles alcançados nas extrações à baixa pressão com Soxhlet e ultrassom. O emprego de 5 % de solução etanol/H₂O como cossolvente no processo de extração supercrítica não aumentou significativamente o rendimento de extração. O teor de CFT foi avaliado pelo método de Folin-Ciocalteau e a AA foi investigada pelo método de oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoleico e pelo método de captura do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH). Os melhores resultados, tanto para CFT como para AA, foram observados para os extratos obtidos com solventes polares. Através de análise de correlação, observou-se que grande parte do potencial antioxidante dos extratos está relacionado com seu o teor de CFT. Nos extratos de semente de umbu foi possível identificar (com exceção dos extratos obtidos com etanol/água) os ácidos palmítico, esteárico, oleico, linoleico e linolênico, sendo os ácidos oleico e linoleico os que apresentaram maior percentual. Os extratos produzidos com n-hexano, CO₂ e etanol mostram-se ser fontes de ácidos graxos essenciais, sendo seu perfil de ácidos graxos semelhante ao de óleos com várias aplicações industriais. A utilização das sementes de umbu como matéria-prima para obtenção de compostos bioativos mostrou-se adequada e interessante do ponto de vista ambiental, podendo ser capaz de aumentar o valor agregado dos resíduos da indústria de umbu.