Suplementação com creatina e treinamento resistido : estudo dos efeitos neuromusculoesqueléticos em um modelo de paralisia cerebral em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: GOUVEIA, Henrique José Cavalcanti Bezerra.
Orientador(a): CASTRO, Raul Manhães de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48787
Resumo: A paralisia cerebral (PC) compreende condições neurológicas caracterizadas por anormalidades no movimento, postura corporal e tônus muscular, sendo a atrofia e a fraqueza muscular duas das principais consequências. A Cr, assim como o exercício resistido, apresentam papel importante na síntese proteica/miogênese, inflamação e estresse oxidativo, assim, passaram a ser considerados para reabilitação de condições que apresentam alterações neuromusculares. Assim, no presente projeto, avaliamos os efeitos da Cr e do exercício resistido nas alterações neuromúsculoesqueléticas observadas em ratos submetidos à paralisia cerebral experimental. Foram utilizados 66 filhotes machos da linhagem Wistar (CEUA no 0019/2019). Os filhotes foram submetidos a dois episódios de anóxia, no dia do nascimento (P0) e P1. Do P2 ao P28 foi realizada a restrição sensório-motora durante 16 horas. A partir do dia 21 até o final do estudo foi realizada a suplementação com Cr (300mg/kg/dia), enquanto o programa de treinamento resistido foi realizado a partir do dia 29. Este programa de treino de resistência teve como plano 4-10 subidas por dia, 8-12 movimentos repetitivos por subida, 5 dias/semana (1 dia de descanso e 1 dia de teste de sobrecarga completando 7 dias), durante 4 semanas, com carga gradualmente acrescida. Os seguintes grupos foram formados após a introdução das duas intervenções (n=11): 1) Controle veículo; 2) Controle creatina; 3) PC veículo; 4) PC creatina; 5) Controle não treinado; 6) PC treinado. Em seguida, foram avaliados o peso corporal do P0 ao P60, consumo alimentar do P25 ao P60, força muscular no P30 e P60, parâmetros da locomoção no P30 e P60, densidade e porcentagem de ativação das células microgliais no P60, marcadores inflamatórios no hipocampo no P60, expressão de proteínas da via de síntese proteica e peso e massa magra de músculos das patas posteriores no P60. Observamos que a PC ocasinou reduções no peso corporal do P8 ao P60, no consumo alimentar do P25 ao P60, na força muscular no P30 e P60, e na área máxima de contato e intensidade de contato durante a marcha em CatWalk no P30 e P60 quando comparados aos animais controles. A PC ainda aumentou a densidade e ativação das células microgliais e a expressão da IL-6 no hipocampo e ocasionou redução significante do peso dos músculos sóleo e EDL, do peso úmido e seco do músculo gastrocnêmio, do comprimento da tíbia e da expressão da proteína Akt total no músculo sóleo. A suplementação de Cr em animais PC, por sua vez, reduziu os prejuízos ao aumentar o peso corporal do P22 ao P50, a força 7 muscular no P30, área máxima de contato no P30 e intensidade de contato no P60 durante a marcha, e reduziu drasticamente a expressão de IL-6 no hipocampo. Com relação ao exercício resistido, por outro lado, houve redução do peso do músculo EDL e do comprimento da tíbia, o que indica um possível efeito negativo do exercício resistido nos animais com PC. Estes resultados demonstram que a suplementação de Cr pode ser usada como uma estratégia para reduzir os danos encontrados na PC, enquanto novos estudos precisam ser realizados com diferentes protocolos de treinamento resistido progressivo para determinar as melhores características, tendo em vista que estudos encontraram efeitos positivos com este tipo de treinamento para indivíduos que apresentam atrofia muscular.