Ecologia populacional do mero Epinephelus Itajara no complexo estuarino do Rio Formoso
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38814 |
Resumo: | A conservação e o manejo efetivo de áreas costeiras são fundamentais para preservação da biodiversidade. Manguezais e estuários, como ecossistemas marinhos costeiros, desempenham um papel essencial de berçário, habitat reprodutivo e de proteção para diversas espécies de peixes. Devido a participação desses ambientes na história de vida de diversas espécies ameaçadas, estes locais têm configurado habitats essenciais para a recuperação de espécies que tiveram declínio, por exemplo, pela pesca excessiva. O mero (Epinephelus itajara) é uma espécie de garoupa classificada no Brasil como criticamente ameaçada, devido ao declínio populacional acentuado decorrente da pesca e perda de habitat. Em estágios iniciais de vida, o mero se desenvolve em ecossistemas estuarinos e manguezais. Estudos sobre E. itajara são importantes para subsidiar estratégias de conservação. Portanto, este estudo teve como foco principal a ecologia e conservação do mero e foi dividido em dois artigos. No primeiro, foi montado um banco de dados literários através de uma revisão sistemática. Neste foram identificados 184 estudos, sendo observado um crescimento dessas publicações nos anos 90. A maioria dos estudos foram voltados para ecologia e conservação, concentrando-se em países que implementaram moratórias e que contemplam faixas de manguezal remanescentes. Os resultados apontam a influência de ações de conservação como proibição da pesca, classificação de nível de ameaça e conservação dos habitats para a formação e direcionamento do conhecimento sobre a espécie. No segundo, foram realizados levantamentos do conhecimento ecológico local e análise de capturas da pesca artesanal estuarina do litoral sul de Pernambuco, com o objetivo de investigar a ecologia da espécie nessa área e transformações espaço-temporais. O estudo do conhecimento ecológico local foi baseado em entrevistas semi-estruturadas, sendo entrevistados 39 pescadores no ano de 2019. A análise da pesca artesanal foi feita com base nos dados de amostragens de desembarques de pesca de camboa dependentes de diferentes projetos e realizadas entre 2000 e 2019, que reuniu ao todo, 280 desembarques. Durante as entrevistas, foram apontados habitats importantes nas áreas estuarina e marinha, uso dos recursos, além de outras informações sobre a ecologia do mero. No estuário, foram indicados pelos pescadores locais que a espécie perdeu abundância e tamanho devido, principalmente, à perda e degradação de habitat. No mar, os mergulhadores destacaram aumentos em abundância e tamanho associados à moratória da captura entrada em vigor desde 2002. Através da análise temporal das capturas da pesca de camboa, foram detectadas variações na abundância de meros, apontadas por um aumento pós-moratória e subsequente declínio significativo e mais recente, que corresponde à última década. Tal declínio identificado é compatível com o declínio da espécie segundo informado pela comunidade pesqueira local. Segundo o presente estudo, é evidenciado um efeito positivo da moratória com o aumento da abundância de E. itajara. No entanto, esse efeito não tem sido encontrado na região estuarina estudada devido a impactos antrópicos e a consequente degradação desse berçário. Esses distúrbios são somados à pesca ilegal e incidental e medidas de fiscalização e mitigação da degradação de habitat se fazem necessárias para reduzir ameaças à conservação do mero |