Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
BRASILEIRO, Augusto Cézar Lacerda |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Dinaldo Cavalcanti de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28396
|
Resumo: |
Os ferimentos na pele têm alta prevalência em todas as faixas etárias, representando, em algumas situações, um desafio para os profissionais de saúde, com elevado custo social, econômico e emocional. A nifedipina (NFD) inibe os canais de cálcio ao nível endotelial, promovendo uma vasodilatação que pode beneficiar a cicatrização de feridas cutâneas. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da NFD tópica na cicatrização de feridas, observando as respostas histológica e macroscópica. Utilizamos quatro porcos, sendo realizados oito ferimentos na região dorsal de cada animal. Para os três primeiros animais, aplicamos as concentrações do creme a 1%, 10% e 20% para os animais 1, 2 e 3 respectivamente, sendo que, em quatro ferimentos, aplicamos a NFD e, nos outros quatro ferimentos, apenas soro fisiológico. No porco 4, foi utilizado apenas soro fisiológico. Analisamos a presença de polimorfonucleares (PMNs), macrófagos, linfócitos, proliferação vascular, fibroblastos, colágeno e queratinócitos em seis momentos diferentes (dias 1, 3, 7, 14, 21 e 28), além do registro fotográfico para acompanhamento macroscópico. Os ferimentos tratados com NFD em comparação com os controles de cada animal individualmente nos porcos 1, 2 e 3, mostraram que há uma resposta acentuada progressiva e estatisticamente significativa em relação aos PMNs, de acordo com a concentração [1% (OR 3,5/p=0,044), 10% (OR 11,8/p<0,001) e 20% (OR 22,1/p<0,001)]. Essa resposta progressiva não foi percebida em relação aos outros parâmetros, entretanto, no animal 3, houve resposta estatisticamente significativa também em relação aos linfócitos (OR 11,1/p = 0,049), proliferação vascular (OR 4,84/p=0,019), formação do colágeno (OR 0,02/p=0,005) e queratinócitos (OR 0,05/p=0,023). Na comparação dos doze ferimentos tratados com NFD (independentemente da concentração) em relação aos doze ferimentos tratados com placebo nos três primeiros animais, houve resultado estatisticamente significativo a favor dos ferimentos tratados com medicamento no aumento dos PMNs (OR 8,48/p < 0,001), no aumento da proliferação vascular (OR 2,24/p = 0,019) e na diminuição nos níveis de colágeno (OR 0,06/p = 0,006). Para avaliar se havia absorção sistêmica do medicamento, comparamos os controles dos porcos 1, 2 e 3 com os controles do porco 4. Encontramos que, nos ferimentos controles dos três primeiros animais, mesmo sem exposição direta à NFD, houve aumento estatisticamente significativo de PMNs em todas as concentrações, além de maior resposta com relação aos linfócitos no porco 1 (p = 0,029) e mais proliferação vascular no porco 2 (p = 0,016). Não houve diferença entre os ferimentos tratados com os controles, em relação ao tempo final de cicatrização. A NFD tópica apresenta aumento da resposta em relação aos PMNs em todas as concentrações, sendo observado ainda, na concentração de 20%, aumento dos linfócitos e da proliferação vascular, e diminuição da síntese de colágeno e dos queratinócitos. A NFD tópica, quando avaliada independente da concentração, teve efeito nas três fases do processo de cicatrização, com aumento dos PMNs, proliferação vascular e diminuição do colágeno. Há absorção da nifedipina tópica pelos ferimentos tratados, provocando aumento principalmente de PMNs em locais não tratados diretamente com o medicamento. |