Distúrbio da linguagem em pacientes com lesão vascular cerebral no hemisfério esquerdo: diferenças entre indivíduos letrados e não alfabetizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cláudia de Carvalho Vieira, Ana
Orientador(a): Moraes Valença, Marcelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8549
Resumo: O estudo das afasias decorrentes de acidente vascular encefálico (AVE), pela sua natureza não evolutiva, permite a investigação do substrato da linguagem no cérebro. Deste modo acredita-se que a caracterização dos distúrbios da linguagem a premissa de que o aprendizado da leitura e escrita influencia a arquitetura cerebral da linguagem e que o desempenho de indivíduos não alfabetizados em tarefas cognitivas apresentam diferenças com relação às respostas dos indivíduos letrados. O objetivo deste estudo foi então, verificar os desempenhos nas tarefas de linguagem dos indivíduos letrados e não alfabetizados saudáveis e afásicos. A pesquisa foi realizada no Hospital da Restauração Recife PE, com um grupo de sujeitos que sofreram lesão cérebro-vascular em hemisfério esquerdo confirmadas por exame clínico, realizado por um neurologista do hospital, e por exames de imagem tomográfica. Este grupo foi formado por 51 sujeitos afásicos destromanos, 35 letrados (49,3± 13,9 anos) e 16 não alfabetizados (61,8 ±8,2 anos), Além destes, também houve um grupo controle formado por acompanhantes dos pacientes e outros voluntários, constando de 57 indivíduos saudáveis destromanos; 30 letrados,(43,4 ± 17,8 anos) e 27 não alfabetizados, (51,8 ± 12,3 anos) apresentando, entre os quatros grupos, um p =1,000 referente a idade. Todos foram avaliados pelo protocolo de Montreal-Toulose versão Alpha para avaliação da linguagem. Com o grupo controle foi realizado o exame complementar da prancha do roubo dos biscoitos do teste de Boston. Para a análise estatística dos dados foram utilizados os testes T de Student , o Mann Whitney e o Fisher. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os afásicos letrados e não alfabetizados e os respectivos grupos controles, confirmando os quadros de distúrbio da linguagem. Na análise dos resultados das provas de linguagem entre os afásicos letrados e não alfabetizados houve uma tendência para um melhor desempenho dos não alfabetizados nas tarefas de nomeação. No grupo controle foi observado diferentes desempenhos entre letrados e não alfabetizados. Na prova do roubo dos biscoitos os resultados apresentaram diferenças estatísticas significantes (p< 0,0001) entre os grupos. A pesquisa sugere que há diferenças no comportamento da linguagem entre indivíduos não alfabetizados e letrados saudáveis e com distúrbio da linguagem por lesão cerebral em hemisfério esquerdo