Relações raciais, multiculturalismo e ações afirmativas: as cotas na Universidade de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Jatobá de Andrade, Francisco
Orientador(a): Veras Soares, Eliane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9598
Resumo: No presente trabalho, busco realizar uma contextualização histórica do debate sócio-racial no século XX, os conflitos oriundos entre as categorias raça e classe no Brasil e seu papel formação da desigualdade social brasileira. Para isso, busco referência em autores do pensamento social brasileiro para compreender como se deu o processo de subordinação do conceito raça ao elemento classe, e de que forma o mito da democracia racial fundamenta essa perspectiva. Dessa forma, a dissertação é desenvolvida no intuito de reconstruir o debate acerca das relações raciais e de classe na sociedade brasileira, desde o início do século passado, até o período atual, convergindo na temática sobre ações afirmativas e as cotas nas Universidades. Para desenvolvimento deste trabalho, apresento alguns conceitos sobre multiculturalismo, o debate acerca da focalização e universalização das políticas sociais, situando teoricamente minha perspectiva a respeito das ações afirmativas contemporâneas na referida discussão. Utilizo o processo de elaboração e implementação da cotas na Universidade de Pernambuco (UPE) como exemplo de um microcosmo das tensões raciais e de classe na sociedade brasileira, buscando compreender que argumentos e perspectivas fundamentaram a instituição a optar pela escola pública e não a raça do candidato como critério de seleção. Dessa forma, concluo que a opção pela adoção das cotas sociais configura-se como uma forma de racismo institucional e que, por sua vez, o mito da democracia racial desempenhou papel fundamental na formulação e legitimação do processo de elaboração da política de cotas da UPE