Influência das mudanças climáticas devido ao efeito estufa na drenagem urbana de uma grande cidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Maria Ramos, Alessandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5111
Resumo: As Equações de Chuvas Intensas são ferramentas extremamente importantes para o dimensionamento de obras de engenharia, como vertedores de barragens de pequeno porte e sistemas de drenagem de águas pluviais. Alguns pesquisadores têm mostrado a necessidade de que essas equações sejam atualizadas e revistas periodicamente, pois eles apontam que fatores como a urbanização e o aquecimento global vêm provocando mudanças nos regimes de chuva. Estudos evidenciam uma intensificação do ciclo hidrológico, como decorrência deste aquecimento global. Como alterações climáticas, são aguardados períodos de secas castigantes e outros de chuvas mais intensas. Havendo um maior risco de cheias nas regiões para onde Modelos de Circulação Global (MCGs) projetam um aumento das intensidades de precipitação, são esperados problemas com os sistemas de drenagem dessas regiões. A vulnerabilidade da cidade do Recife-PE, freqüentemente acometida por inundações, e a possibilidade de isto vir a ser mais acentuado diante de alterações climáticas no local, motivaram o presente estudo, que se propôs a avaliar os efeitos de alterações climáticas projetadas por MCGs sobre a região no sistema de drenagem de uma microbacia urbana. Para tal, foram determinadas relações intensidade-duração-freqüência de chuvas intensas ocorridas na cidade do Recife, a partir de dados obtidos de pluviogramas da estação do aeroporto da cidade, no período de 1968 a 2007. Utilizando-se a distribuição probabilística de Gumbel para a análise de freqüência dos dados, obteve-se uma Nova Equação de Chuvas Intensas para a cidade do Recife. Ao compará-la às Equações de Chuvas atualmente utilizadas em projetos de drenagem da cidade, constatou-se que as intensidades de precipitação obtidas com a Nova Equação, para as menores durações, chegam a ser 41% maiores do que as obtidas com as Equações utilizadas. Isto sugere que os sistemas de drenagem existentes na cidade do Recife já estão, atualmente, trabalhando com sobrecarga, e que a utilização destas equações deve ser de todo evitada. Para uma análise destes sistemas com relação às mudanças climáticas, foi traçada uma metodologia em duas etapas para se obter dados de chuva simulados por MCGs em escalas temporais de maiores resoluções: a primeira consistiu na desagregação espacial e temporal das projeções de precipitação de MCGs, para a escala diária, através do gerador estocástico LARS-WG; e a segunda baseou-se na aplicação de coeficientes de desagregação de chuva, obtidos também neste estudo, aos dados diários desagregados pelo gerador. Essa metodologia possibilitou a obtenção de curvas IDF e de Equações de Chuvas Intensas para 36 cenários diferentes de mudanças climáticas projetados para o futuro. Alguns destes cenários foram utilizados para avaliar se, com a ocorrência das alterações climáticas, haverá um aumento significativo da vulnerabilidade do sistema de drenagem de um loteamento urbano da região de estudo. Desta avaliação se concluiu que, independentemente das projeções de MCGs que indicam futuras sobrecargas em tubulações existentes, os sistemas de drenagem de Recife e de sua região metropolitana têm que ser revistos, e medidas mitigatórias precisarão ser implementadas na região na tentativa de corrigir a defasagem já existente e reduzir os efeitos que as mudanças climáticas poderão ter sobre as bacias urbanas da região