Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
SILVA JÚNIOR, José Noé da |
Orientador(a): |
PORTO, Ana Lúcia Figueiredo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56340
|
Resumo: |
A doença de Chagas (DC), cujo agente etiológico é o Trypanosoma cruzi, é uma zoonose que pode ser transmitida a seres humanos principalmente pela ação vetorial. No curso da infecção, o sistema imune desempenha um papel essencial, visto que estimula o processo inflamatório para controlar a infecção, e dispõe de mecanismos que controlam o processo inflamatório, prevenindo lesões teciduais. Levando em consideração as limitações no tratamento da DC, e a necessidade de novos alvos terapêuticos, as microalgas representam uma alternativa viável, visto que produzem metabólitos com diversas propriedades farmacêuticas, incluindo efeitos anti-T. cruzi e moduladores da resposta imune. Logo, o objetivo deste trabalho consistiu na avaliação da atividade anti- T.cruzi e imunomoduladora de extratos obtidos da biomassa das microalgas Chlorella vulgaris e Tetradesmus obliquus, assim como na purificação de uma proteína com ação tripanocida a partir do extrato mais seletivo contra o parasito. As microalgas foram cultivadas em meio enriquecido de sais, sob aeração constante e presença de CO2, sendo a biomassa obtida após a fase exponencial de crescimento, por centrifugação. A biomassa liofilizada foi dissolvida em tampão Tris-HCl a 0,2 M e pH 7,2, submetida ao rompimento celular por sonicação, centrifugada a 4500 xg, 4oC por 30 minutos, cujo sobrenadante foi o extrato aquoso. Foram determinados a concentração citotóxica mínima (CC50) em células mononucleares de sangue periférico (PBMC), a concentração inibitória mínima (IC50) em formas tripomastigotas de T. cruzi, e o índice de seletividade (ISe) de cada extrato. Posteriormente, foi avaliada a ação imunomoduladora dos extratos em células infectadas por T. cruzi. Além disso, uma proteína comatividade tripanocida foi purificadaa partir do extrato aquoso de T. obliquus. O extrato foi fracionado com sulfato de amônio, em saturações que variaram entre 0- 80%. Cada fração foi dialisada em tampão Tris HCl,a 20 mM, pH 7,2, 4 oC, por 18 h, e avaliada quanto à ação tripanocida. A fração proteica com maior ação anti-T. cruzi foi purificada por cromatografia de troca iônica (DEAE- Sephadex), cujas absorbâncias foram avaliadas em 215, 260 e 280 nm. A proteína purificada foi dialisada em tampão Tris HCl, 20 mM, pH 7,2, 4oC, por 18 h, e nas concentrações entre 4,68 e 150 μg/ml, foi avaliada quanto a ação citotóxica (PBMC), e tripanocida. Os ensaios demonstraramque o extrato de T. obliquusfoi maisseletivo contra T. cruzi comparado ao de C. vulgaris (ISe = 16,8 e 8,9, respectivamente). Além disso, T. obliquus, na concentração de 15,08 μg/ml (IC50) também foi eficiente na modulação da resposta imune, mediante a expressão do fator de necrose tumoral (TNF) e da interleucina-10 (IL-10). Por outro lado, C. vulgaris, na concentração de 112,10 μg/ml (IC50), diminuiu os níveis de interferon-gama (IFN- γ), reduzindo, portanto, o processo inflamatório, e também estimulou a produção de TNF, que é essencial no controle da parasitemia. Além disso, a proteína purifica de T. obliquus não foi tóxica para PBMC (CC50 > 150 μg/ml), e apresentou ação tripanocida (IC50 = 58,7 μg/ml), confirmando, portanto, que microalgas são potenciais agentes anti-T. cruzi. |