Variação sazonal das redes de interações planta-artrópodes em floresta tropical seca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MARTINS, Joanny Kelly Silva dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41273
Resumo: O trabalho objetiva avaliar como a sazonalidade afeta as interações planta-artrópodes em uma Floresta Tropical Sazonalmente Seca, sobretudo na disponibilidade e qualidade dos recursos vegetais, o modo como estes efeitos nos níveis tróficos seguintes. A coleta de dados ocorreu ao longo de 12 meses, na Fazenda Tamanduá, no município de Santa Terezinha, Paraíba, Brasil. O modelo ecológico para a realização deste trabalho foi Ipomoea carnea subs. fistulosa (Convolvulacea). Realizamos o registro de fenologia e herbivoria, além de nutrientes do solo nas estações seca e chuvosa. Registramos a riqueza e abundância de artrópodes associados, incluindo formigas e herbívoros. Adicionalmente avaliamos os comportamentos dos polinizadores, quantificando visitas, refugos e desistência em flores controles e com aranhas artificiais e formigas reais para diferentes táxons de visitantes florais. Como principais resultados: I. carnea subs. fistulosa apresentou variação temporal na disponibilidade de recursos vegetais para a fauna associada em virtude da sazonalidade climática, e a fauna por sua vez apresentou variação na riqueza e abundância em virtude da disponibilidade dos recursos vegetais. A fauna de predadores, onívoros e parasitóides aumentou em virtude da fauna de grupos funcionais de herbívoros, polinizadores e detritívoros (presas); A abundância total de herbívoros foi maior durante a estação seca e a riqueza foi maior durante a estação chuvosa. Quanto as guildas de herbívoros, a abundância de mastigadores-trituradores de folhas foi maior durante a estação seca, enquanto mastigadores-trituradores de flores e botões foram mais abundantes na estação chuvosa, já os sugadores apresentaram maior riqueza e abundância na estação chuvosa. Deste modo, devido à diversidade de insetos associados, ainda são necessárias mais investigações para conhecermos essas interações e melhor elucidarmos o padrão de ocorrência de insetos pertencentes a diferentes guildas. Esta busca por padrão temporal na diversidade de insetos não é uma tarefa fácil, dada a miríade de grupos funcionais, bem como a influência de diferentes condições abióticas e recursos alimentares. Estudos de longo prazo, grandes escalas espaciais e abordagens experimentais são necessários para confirmar se tais variações são idiossincráticas ou determinadas por mecanismos base-topo e topo-base, no entanto os dados sugerem que a estrutura trófica da comunidade é regulada pela disponibilidade de recursos nos níveis tróficos inferiores e permite que tenha energia disponível para organismos em níveis superiores, assim sugerimos que a comunidade de predadores está sendo regulada pela comunidade de presas, de forma que o controle é mediado da base-topo. Adicionalmente este estudo mostrou que a associação com formigas e aranhas pode resultar em um balanço nem sempre favorável à planta hospedeira, mas que o resultado depende de fatores abióticos e fatores bióticos, e como estes resultados não são fixos e, portanto, são altamente condicionais.