Estrutura e evolução da desigualdade regional de renda do trabalho no Brasil: uma análise empírica para o período 1970-2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Rodrigo Carvalho
Orientador(a): SILVEIRA NETO, Raul da Mota
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Economia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29450
Resumo: A desigualdade regional de renda per capita no Brasil é um problema relevante e persistente no tempo. Estudiosos e formuladores de politicas públicas tentam compreender este fenômeno desde a década de 1950, porém ainda existem muitas perguntas e questões que carecem de explicação. Este trabalho tem como objetivo aprofundar o entendimento das desigualdades regionais brasileiras, analisando, tanto os fatores pelo lado da demanda por trabalho, quanto os fatores pelo lado da oferta de trabalho que explicam o nível e a evolução da desigualdade regional nos últimos 40 anos. Para a realização deste objetivo, utilizou-se os cinco censos demográficos realizados pelo IBGE, realizados nos anos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 e foi utilizada a metodologia proposta por Firpo, Fortin e Lemieux (2007, 2009), que permitiu analisar a desigualdade em diferentes pontos, ou quantis, da distribuição dos rendimentos. Neste sentido, as análises desta tese se dividem em três partes. Na primeira foi analisada a disparidade de rendimentos entre as regiões Sudeste e Nordeste e os principais resultados deste estudo indicam que: i) apesar de cair ao longo do tempo, ainda verifica-se uma elevada desigualdade entre as regiões Sudeste e Nordeste, com maior destaque para os quantis mais baixos. Isto é, a desigualdade é maior entre os mais pobres; e ii) tanto a agropecuária, quanto a escolaridade dos indivíduos são fundamentais para compreender a desigualdade entre as regiões. A segunda analisa a disparidade de rendimentos entre as regiões Norte, Centro Oeste e Sul em relação a região Sudeste. Os principais resultados sugerem que há a disparidade entre as regiões Norte e Sudeste _e levemente inferior ao caso entre Nordeste e Sudeste, sendo que ao longo do tempo a disparidade aumentou nos quantis mais baixos, e reduziu nos quantis mais elevados. Na comparação entre as regiões Sudeste e Centro Oeste, verificou-se um nível de desigualdade bastante inferior aos casos anteriores e, além disto, um forte processo de convergência de renda no quantil 0,90. Já na comparação entre Sudeste e Sul verificou-se um nível de desigualdade bastante baixo em comparação às análises anteriores e um processo de convergência de renda entre 1970 e 2010 no quantil 0,10 a 0,75 e na média. Dentre os fatores que explicam a disparidade destacam-se novamente a escolaridade e a agropecuária e, especificamente para o Centro Oeste, a Administração Pública. Porém, a terceira análise estuda a disparidade de rendimentos reais entre as regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza em relação à região metropolitana de São Paulo. Os resultados sugerem que ao se utilizar de salários reais ao invés de nominais, a disparidade reduz em, aproximadamente, 56%. Nesta ultima análise, a estrutura produtiva perdeu importância na explicação da desigualdade, conferindo papel mais relevante para a escolaridade dos indivíduos.