Entre invenção e memória: arquitetos modernos e patrimônio histórico no Recife (1946-1979)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Patricia Ataíde Solon de
Orientador(a): MOREIRA, Fernando Diniz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29427
Resumo: A consolidação da arquitetura moderna e do campo da conservação no Brasil possuem inúmeros pontos de convergência. Compartilhando diversos atores e tendo como meta comum a busca por uma identidade artística nacional, a arquitetura moderna e o reconhecimento do patrimônio histórico e artístico foram pautas constantes entre a elite intelectual entre meados do século XX. No Brasil, a institucionalização do campo da conservação só foi de fato efetivada com a criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional, em 1937, passando a ter maior efetividade no estado de Pernambuco a partir de meados da década de 1940, quando se intensificam os debates acerca das transformações da cidade e quando se instala em Recife o 1º Distrito Regional da DPHAN, dirigido por Ayrton Costa de Carvalho. Este órgão foi responsável essencialmente por evitar o desaparecimento de bens imóveis de reconhecido valor patrimonial além de controlar a inserção de novas construções no Centro Histórico da Cidade do Recife. Tendo em vista que a presença do engenheiro Ayrton Costa de Carvalho à frente do serviço de patrimônio do estado acabou resultando no envolvimento de diversos arquitetos ligados à produção de arquitetura moderna nas atividades do 1º Distrito da DPHAN, deve-se reconhecer o papel decisivo destes personagens não só nas práticas de renovação, mas também nas práticas de conservação urbana. Logo, este trabalho tem como objetivo elucidar a relação que se estabelece nas práticas profissionais dos arquitetos atuantes em Pernambuco entre 1946-1979 entre arquitetura moderna e patrimônio histórico, identificando quais as diretrizes adotadas pelos arquitetos modernos para a inserção e aprovação de novas construções no entorno de bens tombados. A hipótese desta pesquisa é a de que os personagens abordados neste trabalho mantiveram uma relação de consonância com as práticas adotadas pelo Serviço de Patrimônio estabelecendo uma relação pouco conflituosa com o órgão. Este fato estaria relacionado, primeiramente, ao reconhecimento acerca da importância de preservação dos bens culturais, sobretudo daqueles remanescentes do período colonial e também pelo fato do grupo do Serviço de Patrimônio adotar uma postura flexível diante da inserção de edifícios altos no entorno de áreas tombadas, devido à visão de que a sobrevivência do patrimônio histórico depende da coexistência e da co-funcionalidade com novas estruturas capazes de assegurar o caráter dinâmico dos centros urbanos.