Avaliação da citotoxicidade, mutagenicidade e do potencial anticâncer de novos derivados aril-semicarbazônicos e aril-tiossemicarbazônicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: CRUZ, Anne Cecília Nascimento da
Orientador(a): SILVA, Teresinha Gonçalves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32376
Resumo: As semicarbazonas e tiossemicarbazonas apresentam um amplo perfil de atividades biológicas, dentre as quais as atividades citotóxica e antitumoral se destacam. Nesse contexto, o presente estudo avaliou o potencial anticâncer de quatorze novos derivados aril-semicarbazônicos e onze novos derivados aril-tiossemicarbazônicos. O screening citotóxico foi realizado pelo teste do MTT frente a linhagens de câncer humano e células normais. Os compostos mais promissores foram selecionados para o estudo do mecanismo de morte celular por citometria de fluxo. Os testes realizados analisaram a viabilidade das células, despolarização mitocondrial, ciclo celular, fragmentação do DNA e indução de morte. O teste de Toxicidade Oral Aguda foi realizado segundo o protocolo da OECD 423. A avaliação da atividade antitumoral foi realizada em modelo de tumor sólido de Carcinoma de Ehrlich e a atividade mutagênica foi realizada em sangue periférico de camundongos. Nos resultados apresentados pelos derivados aril-semicarbazônicos, os compostos 3c e 4a se destacaram e foram escolhidos para a continuidade dos testes frente à linhagem HL-60. Esses compostos foram capazes de reduzir a viabilidade das células e induzir a despolarização mitocondrial. Além disso, o derivado 3c inibiu o complexo CDK2/Ciclina A impedindo a progressão da fase S para fase G2/M do ciclo celular. O derivado 4a provocou parada de ciclo na fase G1 e induziu fragmentação do DNA. Os resultados obtidos demonstraram processo apoptótico nas células HL-60 e foi confirmado pelo teste da anexina. Diante dos resultados apresentados pelos derivados aril-tiossemicarbazônicos, o composto TS04 foi escolhido para o estudo do mecanismo de morte celular frente às linhagens K562 e NCI-H292. Na análise morfológica o composto TS04 provocou alterações típicas de apoptose nas duas linhagens. Na linhagem K562, provocou parada de ciclo celular na fase G1 e promoveu a fragmentação do DNA. Na linhagem NCI-H292 na menor concentração, provocou bloqueio do ciclo celular na fase G2/M e na maior concentração, provocou parada em G1 e G2/M. A indução de morte por apoptose foi confirmada pelo teste da anexina nas duas linhagens. Os resultados encontrados in vitro para o composto TS04 foram promissores, o que motivou a continuidade dos estudos em modelo in vivo. No ensaio de Toxicidade Oral Aguda ficou classificado na categoria 3 (50 mg/kg < DL₅₀ < 300 mg/kg). Na avaliação da atividade antitumoral foi capaz de inibir o crescimento tumoral em 82% na maior dose testada (30 mg/kg) e não provocou efeito mutagênico nos animais tratados. Os resultados apresentados demonstram que os derivados aril-semicarbazônicos e aril-tiossemicarbazônicos estudados são agentes com atividade anticâncer promissora e que podem ser eleitos para a continuidade dos testes pré-clínicos necessários visando novos medicamentos para tratamento do câncer.