Ratos desnutridos durante o período intrauterino ou após o desmame apresentam alterações da reatividade vascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cristina Soares de Belchior, Aucélia
Orientador(a): José Eduardo das Dores Peres da Costa, Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1640
Resumo: A desnutrição durante períodos críticos do desenvolvimento é uma das principais causas de várias alterações sistêmicas, predispondo o individuo ao desenvolvimento de diversas doenças, como a hipertensão arterial. Para avaliar os efeitos da desnutrição sobre alguns parâmetros hemodinâmicos e a reatividade vascular, ratos adultos machos, foram submetidos a dois tipos de dietas: padrão Labina® ( 23 % de proteína) e Dieta Básica Regional (DBR), hipoproteica (8% de proteína). Os animais foram divididos em 3 grupos: Controle (CT), alimentados com Labina®, em todas as fases de desenvolvimento; grupo desnutrido intra-útero (DIU), cuja mãe recebeu DBR, durante a gestação, nas demais fases do desenvolvimento, ela e sua prole foram alimentadas com Labina®; grupo desnutrido após o desmame (DPD), cuja matriz recebeu Labina®; nas fases de gestação e aleitamento e a prole, após desmame e idade adulta, DBR. Com três meses de idade foram mensurados in vivo: pressão artéria sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM) e a freqüência cardíaca (FC). A reatividade vascular foi avaliada in vitro: 1- no leito arterial caudal em resposta à fenilefrina (FE 0.001-300ug, in bolus), ao relaxamento a acetilcolina (ACh 10-10-10-3 M) e ao nitroprussiato de sódio (NPS 10-9-10-2 M), sob précontração com KCl (65 mM). 2- Em anéis de aorta, a reatividade à fenilefrina (FE, 10- 10- 3x10-4M) foi avaliada na presença e ausência do endotélio e para analisar os possíveis fatores endoteliais envolvidos no efeito da desnutrição, foram realizadas curvas de concentração-resposta à FE com: L-NAME (100 &#956;M), Indometacina (INDO,10 &#956;M), Tetraetilamônio (TEA, 2 mM) e Apocinina (APO, 0,3mM); também foram realizadas curvas concentração-resposta com ACh (10-11 10-4 M). A PAS, PAD, PAM foram maiores no grupo DPD quando comparado aos demais grupos. Na artéria caudal houve aumento da resposta máxima à PE e também aumento do relaxamento a ACh no grupo DPD quando comparado ao grupo CT, no grupo DIU essas respostas não foram modificadas. Em anéis de aorta a reatividade à FE não foi alterada no DPD e diminuiu no DIU. A remoção do endotélio aumentou a resposta à FE em todos os grupos sendo maior no DIU ( E+ vc E- CT: 133,9 ± 28,19 vs DPD: 387,2 ± 68,02 vs DIU: 258,39 ± 61,91, p<0,05), O aumento da reatividade à FE após incubação com L-NAME foi maior nos grupos desnutridos (E+ vs L-NAME- CT: 91,00 7 ± 14,22 vs DPD: 158,2 ± 23,93 vs DIU: 146 ± 43,58,p<0,05). A incubação com TEA aumentou a resposta à FE no DIU (%dAAC CT: 77,79±13,18 vs DPD: 88,95±24,86 vs DIU 156,27 ± 39,39, p<0,05). A APO reduziu a reatividade à FE em todos os grupos, embora o efeito tenha sido maior no grupo DPD (%dAAC CT: 15,03±6,32 vs DPD: 49,04±8,78 vs DIU: 41,60 ± 13,36,p<0,05). Nossos resultados demonstram que o aumento da pressão arterial (PA) no grupo DPD pode estar associado a um aumento de reatividade encontrado no leito arterial caudal. Embora esse efeito não tenha sido observado em segmentos isolados de aorta, encontrou-se um aumento de radicais livres que pode estar associado ao aumento da PA nesses animais. O aumento da liberação basal de NO na aorta e o aumento do relaxamento à ACh no leito caudal parecem ser mecanismos compensatórios ao aumento da PA e ao aumento de radicais livres. A desnutrição intra-uterina não é acompanhada de alterações da PA, mas promove aumento da liberação basal de NO e de um fator abridor para canais de potássio derivado do endotélio que conseqüentemente reduzem a reatividade à FE