Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
CARNEIRO, Ana Cristina Guimarães |
Orientador(a): |
MORAES, Márcia Maria Guedes Alcoforado de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Economia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15333
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Resumo: |
Devido à crescente preocupação com a segurança energética e com cenários prospectivos de mudança climática global, políticas regulatórias foram introduzidas em muitos países para incentivar a produção de energia renovável. Os biocombustíveis líquidos são considerados como elementos particularmente importantes do portfólio de energia renovável. Sendo o segundo maior produtor/consumidor e o maior exportador de etanol do mundo, o Brasil desempenha um papel importante na economia global de biocombustíveis. Este trabalho investiga o potencial de produção da cana-de-açúcar, biomassa utilizada na produção do etanol no país, diante de diferentes demandas e configurações do mercado mundial deste produto e diferentes cenários climáticos globais, considerando a competição pelos fatores primários (terra e recursos hídricos) entre a produção de outras culturas e a cana de açúcar. Para tanto, um modelo de programação matemática originalmente desenvolvido por Nuñez & Önal na UIUC - University of Illinois at Urbana-Champaign foi usado e estendido para incluir as restrições de disponibilidade de recursos hídricos atuais e futuras para o setor de agricultura irrigada no Brasil. O modelo original tem preços endógenos. Maximiza-se a soma dos excedentes dos produtores e dos consumidores, sujeitos a limitações de recursos regionais, os saldos de materiais, limitações técnicas, restrições políticas e comerciais de alimentos e matérias-primas de combustível com o resto do mundo. Estende-se o mesmo para que a possibilidade de expansão da produção de cana em novas lavouras no Brasil, leve em conta não só as restrições de terra, mas também as restrições de disponibilidade de recursos hídricos para o setor de agricultura irrigada. Os resultados mostram que a disponibilidade hídrica para o setor afeta o uso da terra, a intensificação da pecuária e a expansão da produção de cana no Brasil. Na projeção para 2030, ao se incluir as restrições de disponibilidade hídrica da agricultura, a área plantada total alocada pelo modelo cai de 64,36 para 51,35 milhões de hectares, mesmo com a conversão de pastagens aumentando de 18,22 para 24,05 milhões de hectares. A área de cana alocada pelo modelo cai de um total previsto de 19,01 milhões de hectares (modelo original sem restrições hídricas) para 13,35 milhões. A maior queda é a área alocada para o Centro-Oeste (62%) e para o Sudeste (36%), havendo elevação no Nordeste (67%), já que é previsto uma maior oferta de recursos hídricos para a irrigação na região, em vista dos investimentos em novas áreas do governo federal e maiores requerimentos de recursos hídricos devido a mudanças climáticas. O modelo mostra que a expansão global na demanda por etanol, e as novas necessidades de recursos hídricos pelas culturas devido a mudanças do clima e mudanças na produtividade, sem considerar melhorias na eficiência em sistemas de irrigação, aumenta a demanda por recursos hídricos para a agricultura irrigada, que tem assim sua expansão, principalmente na produção da biomassa do etanol, restrita por este fator. Este fato deve pressionar uma mudança na distribuição dos recursos hídricos entre os usos. Isso deve intensificar os conflitos, especialmente em regiões como o Nordeste, onde a disponibilidade de água é menor do que nas demais regiões do Brasil, e onde o setor de irrigação tem um papel muito importante para o desenvolvimento sócio-econômico. |